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Famoso por criticar criptos, presidente da SEC deu "voto de minerva" para aprovar ETFs de bitcoin

Gary Gensler é conhecido no mercado por ser um dos principais críticos das criptomoedas, mas liberou lançamento de ETFs

Gary Gensler tem sido um dos principais críticos do mercado de criptomoedas (Coindesk/GettyImages/Getty Images)

Gary Gensler tem sido um dos principais críticos do mercado de criptomoedas (Coindesk/GettyImages/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 11h04.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 11h45.

Gary Gensler, atual presidente da SEC, já é conhecido no mercado por ser um grande crítico das criptomoedas e seu papel como ativo de investimentos. Entretanto, foi revelado que o voto do regulador foi essencial para garantir a aprovação dos pedidos de lançamento de ETFs de bitcoin nos Estados Unidos, após uma votação apertada.

As informações foram reveladas em documentos detalhando a aprovação dos 11 pedidos de gestoras para a liberação de fundos negociados em bolsa (ETFs) de preço à vista do bitcoin. Inicialmente, acreditava-se que uma votação poderia não ter ocorrido, mas na verdade ela foi realizada na quarta-feira, 10.

Pelo relatório da SEC, os cinco "comissários" responsáveis por liderar o regulador se dividiram nos votos. Hester Peirce - que defendeu publicamente a aprovação dos ETFs em diversas ocasiões - e Mark Uyeda votaram junto com Gensler pela aprovação. Já Caroline Crenshaw e Jaime Lizárraga foram contrários.

A SEC não deu informações sobre a ordem de votação, o que dificulta saber se Gensler acabou sendo o "Voto de Minerva" que desempatou a deliberação e permitiu a aprovação dos ETFs de bitcoin. Mesmo assim, o caso chamou a atenção do mercado pelo histórico de Gensler e suas duras críticas às criptomoedas e empresas do setor.

Logo após a aprovação dos 11 pedidos, o presidente da SEC divulgou um comunicado em que mostrou que sua opinião sobre o setor não teve grandes mudanças.

"Embora sejamos neutros em termos de mérito, observo que os ativos subjacentes nos ETFs de metais preciosos têm usos industriais e de consumo, enquanto, em contraste, o bitcoin é principalmente um ativo especulativo e volátil que também é usado para atividades ilícitas, incluindo ransomware, lavagem de dinheiro, evasão de sanções e financiamento do terrorismo", opinou.

Ele disse ainda que a aprovação do ETF de bitcoin não significa que a SEC estaria disposta a aprovar ETFs de outras criptomoedas. Para o regulador, outros criptoativos seriam valores mobiliários, o que dificulta a liberação de fundos de investimento neles.

Além disso, Gensler afirmou que "embora tenhamos aprovado hoje a listagem e negociação de certas ações ETFs de bitcoin à vista, não aprovamos nem endossamos o bitcoin. Os investidores devem permanecer cautelosos sobre a miríade de riscos associados ao bitcoin e aos produtos cujo valor está vinculado às criptomoedas".

Por outro lado, o presidente da SEC explicou que a aprovação ocorreu devido a uma "mudança de circunstâncias", provavelmente se referindo às derrotas do órgão regulador na Justiça norte-americana que fizeram a SEC perder seu principal argumento usado para rejeitar outros pedidos de lançamento de ETFs. Ele também ressaltou que, agora, os investidores contarão com opções de investimento no bitcoin mais seguras, oferecidas em ambientes regulados.

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