Presidente da CVM falou sobre uso de blockchain e mercado cripto em evento sobre inovação financeira (Getty Images/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 28 de setembro de 2022 às 12h36.
Última atualização em 28 de setembro de 2022 às 13h42.
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, defendeu nesta quarta-feira, 28, que os criptoativos tenham um ambiente regulatório “adequado” e “não invasivo”, em meio às discussões sobre o tema.
Nascimento falou sobre o assunto durante sua participação no evento Fintouch 22, organizado pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
Segundo ele, a CVM tem olhado “com muita atenção” para a regulação da criptoeconomia, citando o projeto de lei atualmente em tramitação no Congresso.
Ele disse ainda que a organização deve divulgar um parecer de orientação, com “mensagens educativas importantes” sobre o tema.
No evento, João Pedro destacou também que a CVM buscará “dialogar com agentes do mercado para tentar construir um ambiente regulatório adequado para a criptoeconomia e uma regulação não invasiva”.
“A gente é favorável ao surgimento de novidades, as tecnologias são bem-vindas, e devem ser utilizadas como ferramentas para ampliar os mecanismos com que os direitos podem ser exercidos, e nunca restringi-los”, observou.
Na visão de João Pedro, a tecnologia por trás dos criptoativos, o blockchain, também pode ser implementado na CVM para modernizar seus processos.
A ideia é “transpor” as finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) para o mercado de capitais, com “serviços e produtos disponíveis em uma rede de registro distribuído”, como o blockchain.
Entre as propostas analisadas, está a portabilidade de fundos de investimento via blockchain. O objetivo, de acordo com Nascimento, é trazer “soluções inteligentes” para reduzir custos das empresas e aumentar a eficiência em processos ligados à CVM.
Nesse sentido, ele espera ter um “regulador mais tecnológico, moderno, atento às oportunidades da criptoeconomia, que não quer fazer nenhum tipo de movimentação, mas sim fazer a coisa de forma suave, previsível, segura”.
“Cada vez mais está claro que o mundo mudou, e se não mudar a maneira como enxerga a regulação, só vai onerar as empresas privadas”, completou.
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