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Preço do bitcoin dispara quase 10% e volta a rondar US$ 30 mil, com EUA no radar

Novo capítulo da crise bancária no país ajuda mercado de criptomoedas a se recuperar de perdas registradas nos últimos dias

Especialistas apontam tendência de valorização do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Especialistas apontam tendência de valorização do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de abril de 2023 às 11h31.

O bitcoin e o segmento de criptomoedas como um todo reverteram as quedas registradas nos últimos dias e operam com forte alta nesta quarta-feira, 26. O movimento reflete um novo capítulo da crise bancária nos Estados Unidos, com as atenções voltadas ao First Republic Bank, assim como uma nova mudança nas perspectivas de investidores para o ciclo de juros do país.

De acordo com dados do site CoinGecko, o preço do bitcoin acumula uma valorização de 9,2% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.822. Já o ether subiu 7,4% no mesmo período, com um preço de US$ 1.950,67. O mercado de criptomoedas como um todo teve um crescimento 6,1%. A ada, cripto nativa da Cardano, e o matic, da Polygon, também estão entre os destaques, com altas de mais de 9%.

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O novo movimento de valorização do mercado coincidiu com um novo capítulo da crise de bancos nos Estados Unidos. As ações do First Republic Bank chegaram a despencar mais de 50% na última terça-feira, 25, em meio a temores de que a instituição financeira pode declarar falência nos próximos dias, se juntando ao Sillicon Valley Bank e ao Signature.

As falências, desencadeadas pela alta de juros no país, estimulam uma desconfiança dos investidores em relação ao sistema bancário tradicional e levam a uma busca por alternativas a esse mercado, com o bitcoin ganhando espaço e adesão. No primeiro trimestre, o ativo reforçou sua correlação com o ouro, e tem sido cada vez mais visto como uma reserva de valor.

Ao mesmo tempo, as falências também reforçam as apostas em um Federal Reserve mais brando no seu ciclo de alta de juros, com a possibilidade de cortes já no segundo semestre. Essa expectativa ajuda as criptomoedas, já que torna ativos considerados de risco mais atraentes, estimulando fluxos de investimento como o observado nos últimos meses.

Bitcoin vai continuar subindo?

Ayro Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, também destaca que diversas posições de "short" no bitcoin - quando há apostas em quedas do ativo - foram liquidadas no último período de alta do ativo, "o que pode ter contribuído para o movimento de subida" observado nas últimas horas.

Junto com o cenário bancária dos EUA, Ferreira aponta que "o dado de confiança do consumidor, que veio bem fraco, no menor nível desde julho, fez diminuir um pouco as apostas do mercado em novos apertos de juros" por parte do Fed, ajudando as criptomoedas. "Mas as projeções estão equilibradas e o cenário para a próxima decisão do Fed, em maio, deve ficar mais claro nesta sexta-feira, quando forem conhecidos os dados de PIB trimestral e do PCE", ressalta.

Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo Bitget, avalia que a queda do preço do bitcoin nos últimos sete dias - que chegou a registrar uma desvalorização acumula de 10% - foi "totalmente saudável". Ele acredita que o mercado de baixa mais recente das criptomoedas "já chegou ao fim", e que a tendência é que o setor continue a subir nos próximos meses, indicando a continuidade de uma "primavera cripto".

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