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Preço do bitcoin vai continuar subindo? Especialistas opinam após ativo disparar

Criptomoeda valorizou mais de 10% no início da semana, ultrapassando a casa dos US$ 34 mil e chegando ao maior preço em mais de um ano

Bitcoin valorizou mais de 90% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 90% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 15h01.

Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 15h16.

O preço do bitcoin voltou a subir na última segunda-feira, 23, e chegou a seu maior nível em mais de um ano e meio, registrando valorização de mais de 12% em 24 horas. Nesta terça-feira, 24, o ativo segue acumulando ganhos e opera rondando os US$ 34 mil, incentivado por uma melhora nas expectativas em relação ao lançamento de um ETF de preço à vista da criptomoeda nos Estados Unidos.

“O bitcoin rompeu a casa dos US$ 32 mil após o Cusip — um código numérico ou alfanumérico de nove caracteres que identifica exclusivamente um título financeiro americano com a finalidade de facilitar a compensação e liquidação de transações — e o ticker do ETF da BlackRock serem divulgados”, explicou Lucas Josa, analista do BTG Pactual, à EXAME.

O analista explicou que “apesar de ser uma parte normal de um processo de registro de ETF, a notícia trouxe muito otimismo para o mercado e demonstrou, novamente, que o mercado cripto estava subcomprado para o lançamento de um ou vários ETFs. Além disso, também tivemos a notícia de que a BlackRock já estava testando os "canos" para a negociação de seu possível ETF”.

Alta do bitcoin vai continuar?

Para Josa, a dinâmica do mercado de criptomoedas no momento e o comportamento diante do atual cenário macroeconômico indicam que ainda há "muito espaço para novas altas". Ele avalia ainda que "todo esse frenesi em torno dos ETFs" de bitcoin "pode ser apenas o começo".

"Quando pensamos em até onde o mercado efetivamente pode ir, precisamos considerar que a BlackRock é uma máquina de venda de produtos financeiros e que, caso o produto seja altamente rentável, certamente irá fazer parte do portfólio de milhares de investidores. Dessa forma, pensando no total sob gestão de escritórios de assessores de investimento nos EUA, sua preferência por ETFs e a capitalização de mercado dos ETFs de metais preciosos, podemos vivenciar um fluxo de capital que, em cenários mais otimistas, pode jogar o preço do bitcoin acima das máximas de 2021 com facilidade", ressalta.

Nesse sentido, o comportamento da maior criptomoeda do mercado nos próximos meses deverá estar diretamente ligado aos desdobramentos em torno da análise dos pedidos de ETFs que a SEC está realizando. Em caso de novidades positivas, o ativo pode valorizar ainda mais. Mas, se a aprovação ainda demorar mais, não forem divulgas boas notícias e a análise acabar ganhando novidades negativas, esses ganhos de preço podem ser devolvidos.

Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, ressalta que "os fatores que vão determinar se o bitcoin continuará ou não subindo no curto prazo são aqueles relacionados a evolução dos principais eventos que se destacaram ontem [na segunda-feira, 23], como as notícias relacionadas aos pedidos de ETFs e às decisões contrárias a SEC na Justiça".

"Quanto ao primeiro tópico, não é novidade que a aprovação do pedido dos ETFs de bitcoin se tornou uma demanda prioritária do mercado por volta do final do primeiro semestre, com grande expectativa em cima da SEC pela aprovação. Apesar de certa resistência do regulador, é inegável que as gestoras e demais empresas envolvidas fizeram avanços notáveis nos textos das solicitações, incluindo aquelas que visam proteger o mercado de qualquer manipulação", lembra.

Além da análise dos ETFs, Rigo pontua que a SEC "tem colecionado derrotas na Justiça em relação a suas decisões regulatórias. Com o ponto atual mostrando desgaste nessa postura, é possível que a SEC recue ainda mais e tente adotar uma abordagem mais comunicativa e colaborativa em relação ao mercado, tentando resolver de formas menos agressivas alguns de seus conflitos ainda em aberto".

"Apesar de Gary Gensler, presidente atual da SEC, ser relativamente inflexível, não existe motivo para a autarquia continuar seguindo em uma direção na qual ela continuará perdendo. Dessa forma, os principais eventos que devem posicionar o mercado cripto, principalmente o bitcoin, para continuar essa alta, são aqueles que tornarão o ambiente ainda mais favorável para a regulação de criptomoedas e consequentemente a adesão de grandes agentes institucionais, que trarão consigo o varejo e um novo fluxo de capital para o setor", afirma.

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Até onde o preço do bitcoin vai?

Murilo Cortina, diretor comercial da QR Asset, comenta que os dados de operações em blockchain indicam que a alta significativa do bitcoin nos últimos dias veio a partir de negociações no varejo e à vista. "Normalmente, quando uma subida de preço é feita pelo mercado à vista, isso indica um crescimento mais sustentável, pois quando se compra via futuros existe muita alavancagem envolvida nas operações".

Outro sinal positivo para o ativo, segundo ele, é que no momento a valorização parece estar sendo puxada por investidores menores da criptomoeda: carteiras com até 10 bitcoins estão movimentando mais capital do que as carteiras que possuem mil ou mais unidades do ativo.

Na visão dele, o fato de a criptomoeda ter quebrado o ponto de resistência de preço de US$ 31 mil é "importante, até no sentido psicológico". "Em um cenário de varejo comprando à vista, com um ETF na iminência de ser aprovado, parece mais provável que o mercado consiga segurar esse patamar de preço acima dos US$ 31 mil, pelo menos no curto prazo".

Já Fernando Pereira, gerente de conteúdo da corretora Bitget, considera que o bitcoin "tem um cenário otimista pela frente. A próxima resistência a ser testada é a de US$ 36 mil, onde devemos ver uma certa pressão vendedora. Meu alvo para o final do ano fica em US$ 38 mil".

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