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Por que aprovação de ETF nos EUA está fazendo o preço do bitcoin cair?

ETF de bitcoin à vista começa a ser negociado nos EUA, mas preço das principais criptomoedas despenca; entenda a visão de um especialista

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 17h49.

Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 17h51.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) aprovou no último dia 10 de janeiro os primeiros ETFs de bitcoin à vista do país. Gigantes do mercado financeiro como BlackRock e Fidelity já oferecem seus ETFs para negociação e possuem bilhões de dólares em bitcoins sob gestão. No entanto, o preço da maior criptomoeda do mundo em valor de mercado despencou desde então.

No momento, o bitcoin é cotado a US$ 39.258, com queda de 2,1% nas últimas 24 horas. Ainda nesta terça-feira, 23, a principal criptomoeda chegou a cair para US$ 38.521, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Nos últimos 30 dias, o bitcoin acumula queda de mais de 10% e inicia um movimento que vai na contramão dos últimos meses, quando chegou a bater recordes anuais de preço graças às expectativas de aprovação dos ETFs de bitcoin nos EUA.

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Especialistas apontam duas razões para a queda:

1. O fenômeno “compre o boato, venda o fato”
2. A saída de bilhões de dólares em bitcoin do GBTC, maior fundo de bitcoin que virou ETF com a aprovação recente da SEC

"Como mencionado previamente, o alto fluxo de saída de GBTC se dá, majoritariamente, à alta taxa cobrada pela Grayscale, e pelo fato de que detentores de GBTC podem agora resgatar seus fundos diretamente com a instituição, sem a necessidade da venda no mercado secundário”, explicou João Galhardo, analista de research da Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual.

“Mais de US$ 3,4 bilhões em bitcoin já foram resgatados por investidores da Grayscale. Dado que a gestora apenas realiza saques "in-kind", é necessário que haja a liquidação desses bitcoins para que os dólares sejam distribuídos, gerando pressão vendedora”, acrescentou o analista à EXAME.

“Analisando os livros de ordens à vista nas principais corretoras, nota-se desequilíbrios na liquidez, resultando em uma maior influência das vendas sobre os preços em comparação ao impacto equivalente das compras. Assim, apesar do fluxo positivo nos outros nove ETFs ser suficiente para neutralizar o fluxo de saída da Grayscale, essa dinâmica tem contribuído para a tendência de baixa observada no mercado”, concluiu Galhardo.

A tendência no curto prazo, é que o bitcoin continue em queda, de acordo com especialistas ouvidos pela EXAME.

“Compre o boato, venda o fato”

Seguindo a tese de que o preço do bitcoin passa por uma fase “compre o boato, venda o fato” após a aprovação do ETF de bitcoin à vista nos EUA, o ether, segunda maior criptomoeda, chegou a disparar logo após o aval da SEC.

Nos Estados Unidos, solicitações de ETFs de ether à vista ainda não foram aprovadas pela SEC e especialistas apontaram para a possibilidade de investidores estarem mais esperançosos com uma possível aprovação depois do sinal verde da SEC para os ETFs de bitcoin à vista.

Isso criaria uma nova narrativa para investidores em torno do ether, impulsionando a pressão de compra nesta criptomoeda. No entanto, pouco tempo depois o preço do ether também despencou.

No momento, a criptomoeda nativa da rede Ethereum é cotada a US$ 2.191, com queda de 6,5% nas últimas 24 horas de acordo com dados do CoinMarketCap.

João Galhardo, da Mynt, aponta para um impacto negativo da queda do bitcoin em outras criptomoedas como o ether, ainda que exista uma narrativa otimista circulando no mercado.

Esse impacto [da saída de capital do GBTC] acaba também se espalhando para o resto do mercado. O ether por exemplo, apesar de estar cercado por narrativas otimistas como a possível introdução de ETFs de ether à vista na metade do ano, e a iminente atualização Cancun-Deneb (que promete aprimoramentos significativos na infraestrutura da blockchain), ainda sofre com a pressão vendedora impulsionada pelo FUD, sigla em inglês para ‘medo, incerteza e dúvida’”, explicou o especialista à EXAME.

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