Policiais aprenderam técnicas mais modernas de investigação, rastreamento e mitigação de crimes cibernéticos envolvendo criptoativos (Al Drago/Bloomberg)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 25 de maio de 2022 às 09h38.
Agentes do FBI, a polícia federal dos EUA, da CIA, a central de inteligência do governo norte-americano, e da Homeland Security Investigations estiveram no Brasil para ministrar um curso com técnicas para prevenção, investigação e combate de crimes envolvendo criptomoedas para 80 profissionais de forças de segurança brasileiras, informou boletim divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública na segunda-feira, 23.
Intitulado Conferência de Investigação e Prospecção de Crimes Cibernéticos e Identificação, Avaliação e Prevenção de Atos de Violência, o treinamento foi realizado no Rio de Janeiro (RJ) e em Porto Alegre (RS). Agentes da Polícia Federal, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e dos ministérios públicos federal e estaduais participaram da qualificação.
Durante os encontros entre os agentes de segurança de ambos os países, os profissionais do setor de inteligência do governo norte-americano apresentaram aos brasileiros os diversos estágios do processo de qualificação ao combate sobre roubos e negócios escusos com criptomoedas, incluindo coleta de vestígios em outras modalidades de crimes cibernéticos e técnicas de entrevistas e interrogatórios com suspeitos.
Ao longo de duas semanas, os agentes norte-americanos ofereceram recursos teóricos e práticos para investigar, rastrear, identificar evidências e apontar a autoria de crimes envolvendo criptomoedas, a partir das ferramentas que se encontram disponíveis às forças de segurança brasileiras, como explicou Leonardo Borges, delegado titular da Delegacia de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio de Janeiro:
“Tivemos dinâmicas práticas, com casos reais e aprendemos com profissionais experientes em grandes investigações em crimes cibernéticos”.
As ocorrências de delitos online, como sequestro de dados, invasão de contas bancárias, ataques cibernéticos contra empresas e instituições governamentais, golpes com moedas digitais e lavagem de dinheiro têm aumentado no Brasil e no mundo. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, destacou a preocupação e o investimento do governo brasileiro para combatê-los:
“Investimos intensamente no aperfeiçoamento técnico para que agentes de segurança estejam atualizados nas formas mais avançadas de repressão e enfrentamento ao crime. Os bandidos estão agindo cada vez mais na internet e queremos seguir no endurecimento dessa prática”.
Por se tratarem de crimes envolvendo novas tecnologias, o aperfeiçoamento das técnicas de combate e investigação devem ser permanentemente atualizadas, daí a importância do treinamento, afirmou o secretário adjunto de Operações Integradas, Bráulio de Melo:
“As transações criminosas já são digitais e para identificar esses rastros precisamos evoluir para agir no ciberespaço e na deepweb. “Com essa qualificação técnica e específica, colocamos à disposição o que existe de melhor para formar nossos profissionais ".
A Conferência foi viabilizada através de uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Missão Diplomática dos EUA em Brasília, com apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, em Passo Fundo (RS), saudou a iniciativa de cooperação entre os dois países:
“Essa troca de informações e sistema de cooperação são sempre bem-vindos. As técnicas utilizadas e ensinamentos trazidos pelos norte-americanos foram bastante proveitosos, tendo em vista que eles estão à frente das mais complexas investigações”. Recentemente, o FBI criou uma equipe especializada no combate a crimes envolvendo criptomoedas.
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