Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 4 de outubro de 2023 às 10h30.
O Banco Central anunciou na última semana que os testes com o piloto do Drex vão avançar em outubro para uma nova etapa, voltada para a avaliação de soluções de segurança que consigam cumprir os requisitos referentes à privacidade de informações de usuários. A expectativa é que a nova fase dos testes com a versão digital do real se estenda até maio de 2024.
Em um encontro com os participantes do piloto, Clarissa Souza, analista de sistemas do Banco Central, explicou que "a gente inicia agora uma nova fase do piloto, onde a gente começa a estudar e testar soluções de privacidade, que é que a gente se propõe a fazer no âmbito do projeto". Ela destacou que a autarquia não vai criar nenhuma ferramenta própria.
Além disso, o Banco Central se comprometeu a não manter, alterar ou ser responsável por nenhuma das soluções que serão testadas. "Por isso, precisamos de apoio e engajamento dos fornecedores de solução para atualizações e evoluções aderentes ao piloto", ressaltou a analista. A seleção das ferramentas para o Drex levará em conta diferentes critérios:
Ainda segundo Souza, três soluções estão sendo consideradas até o momento pelo Banco Central para implementação no Drex. A primeira é a Anonymous Zether, da Consensys, que já tem a projeção de realização de testes no final de outubro. As outras - a Starlight da Ernst & Young (EY) e a Parchain da Parfin - estão em fase de discussões para definição de implementação.
Entretanto, o Banco Central destacou que outras soluções ainda poderão ser propostas e analisadas para o piloto. À EXAME, especialistas apontaram que o principal desafio em torno da privacidade no Drex é conseguir garantir o anonimato de movimentações na rede blockchain escolhida e, ao mesmo tempo, cumprir com as regras de monitoramento por instituições financeiras que já existem no mercado tradicional.
Responsável por coordenador o piloto no Banco Central, Fabio Araújo destacou que a privacidade é "um dos pontos mais críticos do projeto", o que justifica o período mais longo para os testes, de outubro a maio do próximo ano. A data coincide com o fim previsto para o piloto. Ele afirmou ainda que, no momento, a rede já foi capaz de criar contratos inteligentes, mas "sem as soluções de privacidade".
Em nota enviada à EXAME, a EY explicou que o Starlight envolve uma "tecnologia criptográfica que preserva a privacidade e sigilo bancário nas transações da versão tokenizada da moeda brasileira por meio de um protocolo conhecido como ZKP (zero-knowledge proof). Desenvolvida internamente, a solução da EY permite a comprovação da veracidade de uma informação sem que ela seja totalmente revelada para os envolvidos em uma transação financeira".
Thamilla Talarico, sócia-líder de blockchain e ativos digitais da EY Brasil, disse ainda que "com o projeto do Drex em fase de testes, apresentamos uma solução aberta ao Banco Central no meio deste ano, capaz de ser utilizada por todos e criar estruturas próprias por ser de domínio público, segura e compatível com outros canais de distribuição".
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