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Pesquisa mostra que bitcoin responde por 0,08% do CO2 emitido em 2021

Pesquisa também mostra que 40% da energia consumida pela rede vem de fontes renováveis e diz que alegações de que bitcoin requer emissão de CO2 são falsas: tão "verde" quanto um carro elétrico

Pesquisa também mostra que demanda energética da rede Bitcoin é menor do que dizem outras estimativas (Getty Images/Getty Images)

Pesquisa também mostra que demanda energética da rede Bitcoin é menor do que dizem outras estimativas (Getty Images/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às 15h30.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às 16h02.

Um relatório produzido pela empresa CoinShares e divulgado no início desta semana mostra que mineração de bitcoin foi responsável por apenas 0,08% das emissões de gás carbônico do planeta em 2021, apesar da atividade ser frequentemente apontada como uma grande vilã do meio ambiente.

De acordo com o levantamento, a emissão total de CO2 ao longo do ano passado foi de 49.360 megatoneladas (Mt). As operações de mineração de bitcoin, somadas, emitiram 41 Mt, um aumento de quase 14% em relação às 36 Mt produzidas em 2020. O número, apesar de significativo, é bastante pequeno quando comparado a outros setores e quando analisado junto aos benefícios oferecidos pela existência do bitcoin.

"Em um contexto global, esse é um valor insignificante para o total de emissões, equivalente a menos de 0,08% do total, ou menos de 1/1.000 da produção global de CO2. Como referência, países com grandes bases industriais, como os EUA e a China, produziram 5.830Mt e 11.580Mt, respectivamente", diz o relatório.

A empresa espera, entretanto, que a emissão de CO2 pela rede Bitcoin comece a diminuir com o tempo: "Esperamos que a intensidade geral de carbono da rede continue diminuindo ao longo do tempo. No mínimo, acreditamos que as emissões cairão junto com as reduções nas emissões de carbono da geração global de eletricidade. No entanto, também esperamos que a redução seja maior do que a média global, uma vez que os mineradores [de bitcoin] têm maior mobilidade do que as indústrias tradicionais e podem se mudar para locais onde são construídas usinas de geração de energia renovável mais baratas, quase não importando quão remotos sejam os locais".

A CoinShares ainda afirma que novos métodos de utilização de energia renovável acelerem ainda mais a redução na emissão de CO2 pela rede: "Esperamos que os mineradores de bitcoin comecem a consumir grandes quantidades de gás de queima desperdiçado. Se isso se tornar uma parcela grande o suficiente da entrada de energia da mineração, a rede de mineração pode se tornar negativa em carbono”.

Para completar, a empresa estima que a escassez do bitcoin também pode favorecer o redução do seu impacto ambiental: "Atualmente, a maioria da energia é usada para gerar novas moedas, mas a geração de bitcoins é programada para decair a zero nos próximos 100 anos. Já na década de 2040, mais de 99% de todos os bitcoins já terão sido emitidos. Uma vez que a emissão de bitcoins esteja efetivamente terminada, a necessidade de energia será resultado direto da demanda do mercado por transações de bitcoin".

Consumo energético mais baixo e uso de energia limpa

O estudo da CoinShares também mede a quantidade de energia utilizada pela rede e a proporção de energia limpa e de combustíveis fósseis que são consumidas. Segundo o estudo, o consumo energético da rede Bitcoin em 89 terawatt-hora (TWh), bastante abaixo de outras estimativas, como a da Universidade de Cambridge, que fala em 128TWh.

Além disso, o levantamento afirma que a proporção de energia produzida a partir de fontes renováveis é de cerca de 40% do total consumido. Carvão e gás natural ainda são os dois combustíveis primários para produção da energia utilizada pelos mineradores de bitcoins, responsáveis por 59% do total de energia utilizada na atividade (o outro combustível fóssil é o óleo, com 1%).

Isso, entretanto, não é culpa exatamente do Bitcoin, mas da matriz energética global, ainda muito focada na utilização de combustíveis fósseis. A mudança na indústria de geração de energia para fontes mais ecológicas poderá tornar o bitcoin totalmente sustentável, e a capacidade dos mineradores de se locomover para outras áreas, caso tenham necessidade ou benefício, poderá acelerar este processo.

O documento ainda faz uma provocação: "Parece existir um mal-entendido generalizado entre os comentaristas mais leigos, de que o bitcoin de alguma forma requer emissões [de CO2] para operar. Isto é falso. O Bitcoin, como os carros elétricos, são 'verdes' como a eletricidade que você utiliza para alimentá-los, o que significa que em um ambiente de energia 100% renovável, o Bitcoin seria 100% movido a energia renovável".

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