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Paraguai condena mineradores de bitcoin por roubo de energia

Prejuízo para o país foi de mais de R$ 2,7 milhões, com atividade funcionando sem interrupção

Paraguai já realizou diversas operações contra a mineração ilegal de bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Paraguai já realizou diversas operações contra a mineração ilegal de bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 29 de março de 2023 às 13h58.

Última atualização em 29 de março de 2023 às 14h39.

Um tribunal no Paraguai anunciou que realizou a primeira condenação de dois homens acusados de roubar mais de R$ 2,7 milhões em energia para a prática de mineração de bitcoin de forma ininterrupta. A sentença dos dois é de prisão por dois anos, mas ela ainda pode ser convertida para a "reinserção dos condenados".

Em um post no Facebook, o Ministério Público paraguaio explicou que Edgar Noel Saavedra e Rodrigo Suares teriam estabelecido uma conexão ilegal com uma linha de distribuição de energia de 23 mil volts ligada a um transformador com potência de 1 mil kwh.

A energia desviada passou, então, a ser usada para a "produção de moeda virtual 24 hora por dia, com consumo intensivo de bem energético e um prejuízo para a instituição governamental e um dano patrimonial de mais de 3,8 milhões de guaranis". Na conversão para o real, o prejuízo passa dos R$ 2,7 milhões.

A mineração do bitcoin é a forma de validar transações na rede blockchain do projeto e, ao mesmo tempo, destravar a liberação de novas unidades da criptomoeda para o mercado. O processo faz parte do mecanismo de consenso da rede, batizado de prova de trabalho (proof-of-work, em inglês).

Nele, os mineradores precisam solucionar problemas matemáticos complexos para concluir a validação. Quanto mais a rede é usada, mais difíceis esses problemas serão. Por causa disso, o poder computacional necessário para as máquinas serem usadas no processo tem crescido cada vez mais, o que também demanda mais consumo de energia.

Mineração de criptomoedas no Paraguai

A condenação foi a primeira do tipo no Paraguai, mas outras prisões já foram realizadas de outros mineradores que roubaram energia para realizar a atividade. Carlos Raúl Rojas foi preso por desviar uma linha de transmissão no país e usá-la para alimentar sua mineradora própria, levando inclusive a quedas de energia nas residências vizinhas.

Já na semana passada, a estatal de energia paraguaia informou que apreendeu 19 contêineres lotados de máquinas para realizar a mineração ilegal de bitcoin. Os equipamentos, segundo a estatal, consumiam o equivalente à demanda energética de uma pequena cidade, com perdas mensais de mais de R$ 895 mil.

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