Non Fungible Token background (GettyImages/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2022 às 09h00.
Metaverso e NFT foram, provavelmente, as duas palavras mais procuradas no mundo tech em 2021. A inovação e conceitos apresentados trouxeram o interesse global de empresas, influenciadores e famosos, que passaram a investir financeiramente nas tecnologias.
2022 chegou e com ele uma queda de quase 90% nas negociações de NFTs no OpenSea (principal plataforma de negociação de tokens não-fungíveis), o que também aconteceu com o metaverso. Segundo levantamento da plataforma de análise de blockchain Delphi Digital, realizado em 18 metaversos, o volume médio de negociação de NFTs que representam terrenos virtuais apresentou queda de 98% em comparação ao seu pico no ano passado.
Por serem tecnologias caras de serem adquiridas, o metaverso e as NFTs se afastaram da possibilidade de serem utilizadas por mais pessoas, e se restringiram a um pequeno grupo. Segundo pesquisa da Toluna, empresa que analisa o mercado por meio de insights, 80% dos brasileiros nunca acessaram o mundo virtual.
Muitas tecnologias fizeram sucesso e rapidamente caíram no esquecimento coletivo. Com certeza você deve se lembrar de aparelhos que utilizou e que hoje certamente parecem estar muito distantes da realidade atual, como um MP3 ou disquetes.
Mas esse não parece ser o caso com o metaverso e as NFTs, até pela diferença na concepção e possibilidades no uso das duas tecnologias que tendem a mantê-las relevantes por um bom período, apesar da evidente queda no interesse.
Entretanto, as duas tecnologias precisam de apoio estrutural para seguir importantes no cenário tecnológico. Colocando o Brasil como exemplo, as pessoas ainda estão em busca do básico para sobreviver com o mínimo de dignidade e apesar de ser o 5° país com mais usuários de internet no mundo, segundo dados da Statisa, o Brasil se encontra apenas na 73° posição na velocidade de banda larga, tendo velocidade de conexão abaixo da média global.
Estes fatores ajudam a afastar as pessoas destas tecnologias. A democratização desse acesso é essencial para que o interesse e quem sabe uma nova tendência de uso surjam com a possibilidade de mais pessoas estarem engajadas no processo.
Somente o futuro dirá se o metaverso e as NFTs farão parte das nossas vidas ativamente, como outras tecnologias se estabeleceram, porém, os dois conceitos têm total capacidade de serem utilizados para diversas finalidades e, consequentemente, se manter relevantes, além de agentes ativos de mudança da sociedade.
*João Gabriel - Top Voice do Linkedin, é head de tecnologia na Ideen. Formado em Sistemas da Informação pela Fundação Santo André e em Big Data - Inteligência na gestão de dados pela Escola Politécnica da USP, possui mais de 14 anos de experiência na área. Atualmente é seguido por mais de 90 mil pessoas no Linkedin, além de conduzir o podcast 404 no Youtube e ser fundador da Compass Tech, empresa de recrutamento de tecnologia.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok