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O sonho da altseason ainda é real? Descubra as perspectivas para o mercado cripto

Entenda se o ether pode subir e puxar as altcoins: o que mostram os ciclos anteriores e os dados técnicos sobre o momento atual do mercado

Sol é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

Sol é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 31 de maio de 2025 às 11h00.

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Com o ether 31% abaixo do pico anual, girando hoje próximo dos US$ 2.600, surge a pergunta inevitável: ainda vale a pena apostar em uma altseason?

Se você acompanhou o rali do bitcoin enquanto muitas altcoins ficaram para trás, provavelmente compartilha essa dúvida. Para mim, ainda há uma janela interessante de oportunidade, porém mais seletiva do que nos ciclos anteriores.

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O cenário indica que as altcoins terão, sim, espaço para se destacar, mas, desta vez, eu não esperaria multiplicações de 50× ou valorizações desenfreadas em todos os tokens.

A estratégia mais inteligente?

Basear decisões em dados, entender ciclos passados e decifrar os sinais técnicos que o mercado apresenta nesse momento.

O padrão histórico: as 4 fases no caminho para a altseason

Nos últimos bull markets, as criptomoedas passaram por quatro fases rumo à altseason, cada uma com suas características específicas de fluxo de capital e comportamento de mercado.

Vamos entender:

Fase 1

Domínio do bitcoin

Tudo começa com o bitcoin. Grandes volumes de capital fluem para a cripto, levando o preço a saltos consistentes. Nesse estágio, ela lidera o mercado, estabelece novos recordes e atrai os olhares de investidores institucionais e de varejo — além da atenção da mídia.

Fase 2

Ethereum se destaca

O foco muda. O fluxo de recursos se desloca para o ether, mas ele leva um tempo para acompanhar os ganhos do bitcoin. Em certos momentos, o ether ultrapassa o bitcoin em valorização, só para depois ceder terreno novamente, em fases que se sobrepõem. Aos poucos, voltam as conversas sobre o “flippening”, ou seja, a hipótese de o ether superar o bitcoin em capitalização de mercado, alimentando discussões — apesar de ser algo distante na prática.

Fase 3

Pump nas ‘large caps’

Quando o ether finalmente ganha tração suficiente, as criptos de maior capitalização (geralmente acima de US$ 10 bilhões) entram em cena. O capital vai saindo de bitcoin e ether, e se dirige a esses projetos mais sólidos. As large caps experimentam seus primeiros picos mais significativos, criando um movimento que sinaliza a altseason.

Fase 4

Altseason

Enfim, chega o momento que todos esperavam. As large caps já esticaram e, agora, é a vez das mid caps (US$ 2 bi a US$ 10 bi), small caps (US$ 300 mi a US$ 2 bi) e micro caps (abaixo de US$ 300 mi) bombarem ao mesmo tempo. A euforia é geral.

Esse fluxo segue uma lógica simples: o capital parte do ativo mais estabelecido (bitcoin), migra para o segundo maior (ether) e, por fim, se pulveriza em projetos menores na busca por maiores retornos.

Pelos sinais que estamos vendo, parece que está acontecendo um movimento interessante com o ether — o que nos colocaria ali entre as fases 1 e 2.

Sinal técnico

Ether rompe zona central do Canal Gaussiano

Um dos movimentos mais relevantes tecnicamente está acontecendo no gráfico de 2 semanas do ether: a ruptura da linha central do chamado Canal Gaussiano — uma faixa dinâmica baseada em média móvel, usada para avaliar tendências de longo prazo.

Esse nível-chave, em torno dos US$ 2.600, vinha funcionando como resistência. O rompimento pode sinalizar uma inversão do momentum. (Fonte do gráfico: Cas Abbé)

Esse indicador técnico representa uma média de longo prazo que, historicamente, tem sido um bom preditor de novos saltos de preço.

Nos ciclos anteriores, quando o ether rompeu essa linha média, vimos valorizações interessantes. Entre 2020 e 2021, a cripto subiu de US$ 400 para mais de US$ 4.800 - uma explosão de mais de 1.000%.

Em 2023, vimos outro salto, com o preço saindo da faixa dos US$ 1.500 para quase US$ 4.000.

Se este padrão se repetir este ano, podemos estar diante de uma oportunidade semelhante de valorização do ether, o que, nos ciclos passados, serviu de catalisador para o boom das altcoins.

A dinâmica da dominância do bitcoin

Outro fator necessário para entender o timing de uma possível altseason é a análise da dominância do bitcoin. Nos últimos dois ciclos (2017 e 2021), vimos que a dominância da moeda teve quedas significativas aproximadamente 400 dias após os eventos de halving.

Essa redução na dominância do bitcoin é fundamental para alimentar um rali das altcoins, porque sinaliza que o capital está fluindo do ativo mais estabelecido para projetos alternativos. É durante esses períodos que tradicionalmente vemos as maiores valorizações nas altcoins.

O halving mais recente aconteceu em abril de 2024. Se o padrão histórico se mantiver, tendemos a ver uma redução na dominância do bitcoin nos próximos 100 dias, o que poderia coincidir com o início de um novo "verão” das altcoins.

Mas nem tudo são flores…

Mesmo com sinais positivos, precisamos olhar para alguns riscos importantes. No gráfico abaixo, que mostra a capitalização de mercado do ether dividida entre carteiras em lucro e em prejuízo, identificamos uma zona crítica entre US$ 2.300 e US$ 2.500, região com muitos investidores posicionados.

 

Se o ether não conseguir se manter acima desse nível e cair abaixo de US$ 2.300, o risco de vendas em pânico aumenta bastante. Isso poderia frear ou atrasar toda a especulação em torno de uma possível altseason — já que, como falamos, o ether vem atuando como um indicador líder para a performance das altcoins.

Expectativas realistas

A hora é de mantermos os pés no chão. As explosões vistas em bull markets passados não devem se repetir com a mesma intensidade. O quadro mudou:

  • Maturidade institucional: grandes players estão fortes no jogo.
  • Regulação em evolução: mais clareza abre caminhos e limita riscos.
  • Investidores mais sofisticados: o capital está mais consciente de oportunidades e armadilhas.

Atenção: isso não quer dizer que não haverá ganhos, pelo contrário. Mas é hora de ajustar expectativas e estratégias. Como?

Priorizando projetos consolidados, com histórico e fundamentos.

Se for investir em tokens menores, faça uma gestão rígida de risco.

E tenha em mente: nem todo token “vai pra lua” desta vez.

No fim das contas, mais do que torcer por um boom generalizado, vai se diferenciar quem interpretar esses sinais com calma e agir no momento certo.

Foque em ajustar o seu radar de risco e se prepare para aproveitar a próxima grande oportunidade. As altcoins vão se destacar, mas só os investidores capazes de identificá-las na hora certa vão lucrar de verdade. Boa sorte!

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