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O Real Digital vai acabar com os bancos? Avanços e desafios da moeda digital brasileira

Com lançamento previsto para 2024, o Real Digital não necessita de uma conta em banco para funcionar. Descubra como ele pode beneficiar brasileiros

Real Digital pode ser disponibilizado em 2024 (Reprodução/Reprodução)

Real Digital pode ser disponibilizado em 2024 (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 16 de março de 2023 às 17h26.

Anunciado na última semana, o projeto-piloto do Real Digital já está funcionando e a moeda digital brasileira tem seu lançamento previsto para 2024. Sem a necessidade de ter uma conta em banco para utilizar o Real Digital, especialistas debatem os avanços e desafios que ele pode trazer para a população.

“Ainda há muita incerteza sobre o que a implementação deste novo formato do real pode significar para a economia brasileira. Milhões de pessoas no país ainda não têm acesso à internet nem contas em instituições financeiras e, quando o Real Digital começar a ter adesão das pessoas, essa população pode se tornar bancarizada, o que implica em um grande avanço para a economia do país. Porém, é importante se atentar aos riscos: um novo formato de moeda também pode resultar em novas formas de golpes e fraudes”, explicou Thiago Bertacchini, Senior Business Development da Nethone, empresa SaaS de prevenção de fraudes que tem parceria com grandes empresas do Brasil como Grupo Boticário, BlaBlaCar, Farfetch e Azul Linhas Aéreas.

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É o fim dos bancos?

Apesar de permitir a realização de transações offline e sem a necessidade de conta em banco, o Real Digital pode incentivar a bancarização de parte da população que ainda não tem conta, cerca de 38,5% da população não possui conta em instituições financeiras e não conta com um cartão de crédito e débito, segundo levantamento da Brink’s em parceria com a Fundação Dom Cabral.

“Não é o fim dos bancos, mas uma revolução do sistema financeiro no Brasil. Eles ainda terão forte papel de intermediadores entre estabelecimentos e consumidores, mas com um grau bem maior de responsabilidade caso tratem da emissão da moeda ‘dentro de casa’”, disse Thiago.

Varejo como maior beneficiado

O Real Digital, segundo as diretrizes previstas para a sua regulamentação, irá dar suporte à oferta de serviços financeiros de varejo, criando um ambiente seguro para transações.

“O BC conta com um profundo entendimento e histórico de aceitação à implementação de novas tecnologias pelas instituições financeiras para promover a inovação na esfera econômica. Para o setor varejista, o Real Digital pode ser um divisor de águas para as empresas que querem criar mecanismos de expansão da base de clientes e o fortalecimento das relações. Com a programabilidade da moeda, programas de fidelidade, cashback e outros benefícios podem ganhar escala”, concluiu Thiago.

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