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Novo mecanismo da rede Ethereum tem risco de concentração de poder nas exchanges, avalia FMI

Organização também afirma que novo mecanismo de consenso da Ethereum deve aumentar eficiência energética e escalabilidade da rede

o aumento dos preços eleva a arrecadação fiscal ao provocar uma alta automática das receitas do imposto sobre o valor agregado (Yuri Gripas/Reuters)

o aumento dos preços eleva a arrecadação fiscal ao provocar uma alta automática das receitas do imposto sobre o valor agregado (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2022 às 19h02.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou em relatório que o sistema de prova de participação (proof-of-stake), recém adotado pela rede Ethereum após o "The Merge", pode aumentar a concentração de poder nas exchanges de criptomoedas e em fornecedores de carteiras digitais.

O novo mecanismo de consenso foi adotado pela rede Ethereum em atualização recente, com o objetivo tanto de reduzir o consumo de energia quanto de permitir uma maior escalabilidade do blockchain com mudanças futuras.

No relatório, o FMI afirma que esses dois objetivos podem ser atingidos, mas que há o risco de criar uma “concentração excessiva nos poderes de tomada de decisão” nas exchanges e fornecedores de carteiras. Para a organização, esse movimento pode “aumentar riscos de integridade do mercado”.

A prova de participação entrou em vigor no Ethereum em 15 de setembro, a partir do evento chamado "The Merge". O novo sistema substituiu o anterior, chamado de prova de trabalho (proof-of-work), ainda usado na rede Bitcoin e em outros blockchains, como Dogecoin.

Analistas do FMI afirmam no relatório que “certos tipos de mecanismos de consenso que sustentam blockchains podem gerar inerentemente atritos com objetivos e mandatos políticos mais amplos, e uma abordagem tecnologicamente neutra pode não ser sustentável daqui para frente”.

No caso do sistema de prova de trabalho, eles apontam a alta demanda de energia, que “vai contra o objetivo global de fazer a transição para uma economia de baixo carbono”.

Na prova de trabalho, os mineradores de criptomoedas usam computadores para resolver problemas matemáticos complexos para validar transições, criando novos blocos que registram movimentações financeiras. O processo, que é intensivo em energia por demandar equipamentos muito potentes, envolve como recompensa o envio de criptomoedas.

Já na prova de participação, os mineradores bloqueiam uma quantidade mínima da criptomoeda da rede, no caso do Ethereum o ether, e recebem recompensas para validar transações. Por não demandar a resolução de problemas complexos, não há um consumo intensivo de energia.

Ainda no relatório, o FMI observa que as criptomoedas demandam uma regulação a nível global, que envolveria “garantir que entidades que fornecem funções críticas na cadeia de valor de criptoativos são autorizadas e licenciadas”.

“Os requisitos também devem ser construídos em torno das funções econômicas reais criptoativos, além de seus projetos técnicos e objetivos. As autoridades devem articular claramente os requisitos sobre regulamentações instituições financeiras em relação à sua exposição aos ativos”, diz o texto.

O FMI ressalta também que “proibições amplas de criptoativos provavelmente serão ineficazes no longo prazo, mas restrições direcionadas podem ajudar a enfrentar os desafios imediatos enquanto a capacidade regulatória está sendo construída”.

“O desenvolvimento de uma estrutura regulatória robusta e abrangente para esse setor em rápida evolução envolve monitoramento intenso, uma abordagem flexível e uma colaboração doméstica e global”, defende o FMI.

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