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Editor do Future of Money
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 11h15.
Ir além de uma exchange sem perder a essência do mundo das criptomoedas. Esse é o grande objetivo de Lucas Lopes ao assumir a presidência da operação do Mercado Bitcoin no Brasil. Em entrevista à EXAME, o executivo destacou que a corretora, uma das mais antigas do mercado brasileiro, quer oferecer mais serviços financeiros aos seus clientes.
Antes de chegar à empresa, Lopes atuou como líder de Produtos da Experian, com foco em crédito. "O meu histórico não é de cripto, mas sim do ramo financeiro. Minha parte sempre foi muito mais focada na área de crédito, modelo de risco, cobrança, e o mundo cripto é algo recente para mim", comenta.
"Eu já tinha ouvido falar [de cripto] no passado, todo mundo conhece bitcoin e tudo mais, mas, nos últimos meses, quando começaram as conversas, me interessou muito a indústria. O modelo do blockchain já se provou, foi além de apenas um hype, e historicamente é um modelo que vem em crescente constante", destaca.
Segundo Lopes, um dos principais pontos por trás da sua decisão de entrar no Mercado Bitcoin é o potencial de "desafiar o sistema tradicional". "O que mais me atrai nele é a missão de acesso, o MB quer dar acesso para todo mundo, quer oferecer cripto para todos. No fim das contas, são ativos diferentes e ativos que as pessoas nem conseguem ter um acesso tão fácil, como de rendas fixas com rentabilidade muito maior que as tradicionais de mercado".
Lopes também chega ao Mercado Bitcoin com novas metas ousadas da empresa. Segundo o executivo, os dois grandes objetivos são de expandir significativamente o número de usuários e o volume transacionado na plataforma. No primeiro caso, a meta é crescer a base de usuários em mais de seis vezes, passando dos 4 milhões atuais para 25 milhões até 2030.
O executivo classifica a meta como uma "massificação" da plataforma no Brasil. Além disso, o outro objetivo do Mercado Bitcoin é expandir o seu volume transacionado para R$ 400 bilhões até 2030. Se as duas metas se concretizarem, a receita da empresa saltaria 10 vezes nos próximos cinco anos.
Para isso, Lopes afirma que a empresa precisa "ir além de ser apenas uma exchange, de compra e venda de ativos", oferecendo novos produtos e serviços para os clientes. "O primeiro ponto, mais simples, é ter uma experiência no app mais intuitiva", destaca.
"Historicamente, as exchanges ficaram famosas porque no passado era difícil até para comprar cripto, por questões de acesso, armazenamento. A exchange tira esse problema do usuário de conseguir investir em cripto, mas a evolução é entender qual é o próximo passo delas. É sobre como ir além, e agora o foco está na parte de banking, porque tem várias oportunidades aí", comenta.
Entre os novos serviços que estão no radar do Mercado Bitcoin estão a área de crédito, com o uso de criptoativos como garantia em empréstimos. Outra área é a de pagamentos, com foco nas stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, e a possibilidade de lançamento de um cartão com uso de stablecoins.
O objetivo final de Lopes é transformar o aplicativo da empresa em um "app de banking no mundo cripto. Em que as pessoas vão entender que, ao colocar dinheiro lá, ele vai render mais, ter um benefício maior, e tudo isso de forma simples. A gente precisa fazer de forma simples para o usuário, para ele entender que tem mais benefício".
Em 2026, Lopes afirma que o foco do Mercado Bitcoin estará no desenvolvimento de produtos, que devem surgir como o principal diferencial para a atração de novos clientes. Ele reforça que há um grande potencial de expansão dessa base.
"Se olha o mercado cripto, pessoas que já estão aderentes a cripto, você atinge um determinado nível de mercado que é o que estamos tentando atacar. Mas tem um outro mundo lá fora, de pessoas que não entendem desse mundo mas investem, usam serviços financeiros e poderiam muito bem usar os nossos serviços, e aí que abre muito mais o leque", explica.
O executivo reconhece que a concorrência com outras exchanges que atuam no Brasil e bancos é o "grande desafio" da empresa. E ele acredita que a competição com bancos é especialmente difícil. "Por que sair do ambiente que está acostumado para vir para o MB? E aí é que está o ponto de que a gente tem que ter um diferencial, ofertar algo que os outros não ofertam, e a partir do momento que traz o cliente por isso, você começa a criar um ecossistema".
Com isso, o Mercado Bitcoin espera ser o "primeiro app do usuário" para finanças. Mas sem abandonar o mundo das criptomoedas: "Nossa essência é cripto. É diferente de um banco tradicional que está tentando adicionar isso. Então o esforço é para pessoa vir para cá, entender e ver as vantagens e diferenciais. Não podemos perder a essência de cripto."
"A grande meta para daqui a 1 ano é ter esses novos produtos implementados. Quero muito ter um app mais intuitivo para o usuário e implementado, em que a pessoa entra e não sai. Métricas como NPS, churn e clientes transacionando serão o foco de 2026. E nos próximos anos, o foco será de escalar números de usuários, massificar".
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