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Nova máxima histórica do bitcoin: é tarde demais para entrar na festa?

Aprenda as lições do último ciclo de alta do bitcoin e saiba se ainda vale a pena investir na criptomoeda que atingiu recentemente seu maior preço da história

 (Reprodução/Reprodução)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 7 de março de 2024 às 09h36.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 10h45.

Por João Marco Braga da Cunha*

Após 28 meses de expectativas e uma boa dose de ansiedade, o bitcoin, finalmente, renovou seu preço máximo histórico, atingindo aproximadamente 69.200 dólares. Nesse meio tempo, o bitcoin chegou a perder três quartos de seu valor e seus detratores de sempre não tardaram em anunciar sua morte.

Mas, como dizem os versos do clássico samba-canção de Paulo Vanzolini, o bitcoin “reconhece a queda e não desanima, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima”.

Para aqueles que acompanham de perto o mercado de criptoativos, é notório e, de certa forma, irônico o quão cíclico é seu comportamento e como certos eventos se repetem de forma quase idêntica. Por mais que paire uma dúvida sobre a possibilidade de ser diferente dessa vez, os padrões teimam em se repetir com uma precisão, por vezes, assustadora.

Assim sendo, por mais que não haja garantias de que as coincidências continuarão ad infinitum, o passado pode trazer pistas sobre o que esperar do mercado e nos dar um norte na resposta de algumas questões.

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Uma pertinente pergunta que deve estar passando pela cabeça de muitos investidores que ainda não fizeram alocação em cripto é: dado que já foi atingida a máxima histórica, é tarde demais para entrar na festa? Comparemos com o que aconteceu no último ciclo.

Em 2020, o principal catalisador para a disparada dos preços dos criptoativos foi o lançamento das funcionalidades de negociação de cripto no PayPal, ou seja, um facilitador de acesso.

No dia do lançamento, 21 de outubro, o bitcoin fechou 2,58 vezes acima do pior fechamento em 12 meses, isso significa que ele já vinha de uma recuperação significativa. Ainda assim, precisava de uma valorização um pouco mais de 50% para atingir a máxima histórica, o que aconteceu exatos 56 dias depois.

De volta para o presente, tivemos outro facilitador de acesso como ignitor do rali que levou à nova máxima: o lançamento de ETFs de bitcoin à vista nos EUA. No dia da estreia, 11 de janeiro, o bitcoin fechou com preço 2,59 vezes superior ao do pior fechamento em 12 meses, precisando de uma alta de quase 50% de valorização para bater a máxima estabelecida de 2021. Dessa vez, demorou menos: 54 dias.

Até agora, as similaridades entre o ciclo atual e 2020 são assombrosas. O gráfico abaixo mostra o comportamento do preço do bitcoin a partir das datas dos eventos catalisadores dos dois ciclos, normalizado para o valor 100:

Elaborado pelo autor com base em dados da Yahoo Finance (Autor/Reprodução)

Em 2020, a despeito da forte valorização antes do evento catalisador e entre ele e a máxima histórica, uma subida de magnitude similar foi observada nos meses seguintes ao novo recorde, com o preço mais que triplicando. Sabemos, hoje, que houve uma forte queda nos preços a partir do final de 2021.

Ainda assim, o preço médio de fechamento do bitcoin desde que a nova máxima foi atingida é cerca de 75% superior à máxima anterior. Se o passado continuar se repetindo, a valorização deve continuar nos próximos meses e, a despeito de eventuais retrocessos, é de se esperar que o bitcoin passe a ser negociado em um patamar de preços substancialmente maior que os atuais.

Mas há motivos mais concretos para acreditar em uma possível valorização além da máxima atual? A resposta é sim. Em cerca de um mês, haverá o chamado halving do bitcoin, que reduzirá pela metade o número de novos bitcoins que entram em circulação, tornando-os ainda mais escassos.

Além disso, métricas on-chain apontam grandes melhorias quando comparados à época da última máxima, em novembro de 2021. O hash rate, medida que indica o nível de segurança da rede, mais que triplicou desde então. A capacidade de transações na rede Lightning, solução que facilita pagamentos com bitcoins entre outras funcionalidades, quase dobrou.

A média das taxas de transação pagas na rede praticamente sextuplicou, indicando uma forte demanda por utilização da mesma. Os fundamentos hoje são muito mais fortes do que há 28 meses.

Em resumo, seja pela repetição dos passado ou pela melhoria dos fundamentos, há motivos para acreditar que a festa está longe do fim. Segundo Mark Twain, “a história não se repete, mas muitas vezes rima”. Os ciclos dos criptoativos desafiam essa máxima. Mas, mesmo que os próximos meses não sejam uma exata repetição do passado e uma rima apenas, será o bastante para oferecer uma excelente rentabilidade a quem perdeu a primeira metade da festa.

*João Marco Braga da Cunha é diretor de gestão na Hashdex, emissora de ETFs de criptomoedas no Brasil e nos Estados Unidos.

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