Paul Krugman é conhecido por criticar o bitcoin (Jerome Favre/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 14h05.
O Nobel de Economia Paul Krugman, conhecido por ser um dos principais críticos do bitcoin, voltou nesta semana a compartilhar sua visão negativa sobre a criptomoeda. E, dessa vez, o economista também falou sobre os recentes elogios de Donald Trump ao ativo digital.
Em um artigo publicado no jornal New York Times, Krugman criticou tanto Trump quanto seu candidato a vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, que foi classificado pelo economista como um "avatar dos paranoicos 'caras de tecnologia' [tech bros, em inglês] do Vale do Silício".
Krugman afirma que esse grupo compartilha um "amor pelas criptomoedas", e então criticou a classe de ativos: "A verdade é que o bitcoin, que foi introduzido há 15 anos, uma era no mundo da tecnologia, permanece economicamente inútil. Algumas exceções à sua inutilidade são a lavagem de dinheiro e a extorsão".
O economista disse ainda que está cético em relação ao recente movimento de aproximação de Donald Trump com o mercado de criptomoedas ao longo de 2024, lembrando que o próprio ex-presidente fez, no passado, comentários críticos a essa classe de ativos.
Ele avaliou ainda que a proposta recente de Trump de usar o bitcoin como uma reserva do governo dos Estados Unidos é "um resgate governamental para uma indústria assolada por escândalos e destruidora de valor e do ambiente".
Ao longo dos anos, Krugman já compartilhou diversas críticas duras contra as criptomoedas e o bitcoin especificamente. Ele acredita que o setor é um grande "esquema de pirâmide", que a classe de ativos "não tem sentido" e que seria um "desperdício".
Os primeiros comentários do Nobel de Economia sobre o ativo foram feitos em 2013, mas ele seguiu publicando artigos sobre o tema até 2022. Apesar das críticas de Krugman, o bitcoin valorizou significativamente desde então e tem tido uma adoção institucional crescente, contrastando com a visão do economista.
Também nesta semana, o CEO da Goldman Sachs afirmou que o bitcoin ainda é um ativo especulativo, mas possui potencial para ser "uma reserva de valor legítima". Já o CEO da BlackRock reconheceu que errou no passado ao criticar ao bitcoin e reconheceu o valor que a criptomoeda possui atualmente.