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'Nível de confiança sem igual', diz DHL sobre uso de blockchain na logística

Gigante global da logística aponta diversas formas em que a tecnologia blockchain pode ajudar a melhorar processos do setor

DHL é uma das líderes na logística (Ezequiel Becerra/AFP)

DHL é uma das líderes na logística (Ezequiel Becerra/AFP)

Nos últimos anos, a tecnologia blockchain vem provando que não se resume apenas às criptomoedas. Ela também pode facilitar os processos do dia a dia de uma série de pessoas e empresas, como na logística de bens de consumo, segundo a DHL.

A empresa, que é uma das líderes mundiais de logística e atua em mais de 220 países, apontou diversas formas em que a tecnologia blockchain pode ajudar a melhorar os processos do setor, desde a gestão de notas fiscais até a rastreabilidade de produtos contaminados.

Segundo Ana Claudia Wierman Terra, supervisora de estratégia do setor de consumo na DHL, a disseminação da tecnologia blockchain se dá um cada vez mais indústrias, e na logística não seria diferente.

A visibilidade e a rastreabilidade do blockchain podem fornecer dados fundamentais para conhecer mais profundamente o mercado, tomar decisões, prestar contas e promover mudanças de estratégia, apontou a executiva, que é mestre em administração de negócios, em um artigo.

Em seu primeiro exemplo sobre a aplicação da tecnologia blockchain na logística, Ana Claudia citou o desafio em gerir discrepâncias nas notas fiscais de processos de pagamentos das transportadoras utilizadas por uma grande varejista no Canadá.

Segundo a executiva, neste tipo de processo uma carga pode passar por cerca de 200 pontos de coleta de informações, resultando em 70% das notas fiscais sendo contestadas e os parceiros precisando aguardar um longo tempo até que todas as transações fossem auditadas. Com o uso do blockchain, a porcentagem caiu para 1%.

“O serviço de transporte por terceiros é uma atividade essencial para o varejista, pois envolve a movimentação de quantidades massivas de bens de consumo (muitos até mesmo perecíveis) por diferentes regiões e climas, causando uma complexibilidade elevada na operação”, explicou Ana Claudia.

“Cada carga transportada, inclusive, requeria um monitoramento de locais de parada, galões de combustível utilizados, temperatura da carga ao longo do trajeto, tudo isso sendo atualizado em tempo real e adicionando essas informações para as emissões de notas fiscais”, acrescentou.

Neste caso, o blockchain foi utilizado como uma fonte única confiável entre as empresas parceiras e fazer a gestão das informações usando uma tecnologia descentralizada, o que teria proporcionado uma grande integridade aos dados.

A rastreabilidade e a visibilidade proporcionadas pela tecnologia blockchain também podem ajudar empresas que possuem lotes de produtos estragados ou contaminados, segundo Ana Claudia.

A executiva pontuou que, caso uma fábrica de chocolates na Europa que teve lotes de chocolates contaminados por salmonela tivesse utilizado a tecnologia blockchain em seus processos de logística, seria possível ter uma melhor visibilidade de quais produtos foram contaminados e a rastreabilidade dos lotes e chocolates fabricados a partir do lote identificado na rede.

“Os dados podem vir de diversas fontes diferentes, e o próprio sistema não permitiria nenhuma fraude ou adulteração. O blockchain seria um ‘selo’ mostrando que aquela informação é autêntica e verdadeira, sem possibilidade de ter sido modificada ou adulterada para beneficiar outro stakeholder”, afirmou Ana Claudia.

Os dados registrados em blockchain estariam facilmente acessíveis, tanto para funcionários, parceiros, quanto para consumidores. Com a ajuda dos QR Codes, clientes podem acessá-los com facilidade, garantindo a transparência sobre dados de origem dos ingredientes e até mesmo todas as transações realizadas até que o produto chegasse ao seu destino final.

“O blockchain é uma tecnologia que nasceu com intuito de levar um nível de confiança sem igual para a cadeia de suprimentos end-to-end, podendo agir como um pilar de visibilidade dos processos para empresas parceiras e até mesmo os consumidores finais”, concluiu a supervisora de estratégia do setor de consumo da DHL.

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