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NFTs têm nova queda em volume negociado e chegam ao pior nível desde 2020

Colecionáveis digitais foram febre em 2021, mas acabaram perdendo espaço no mercado desde então e afastando investidores

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 14h48.

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Os NFTs (tokens não-fungíveis) foram um fenômeno em 2021, atraindo bilhões em negociações, compradores famosos e muita atenção, mas entraram em declínio desde então. E o movimento continuou no ano de 2024: o volume negociado com esses ativos digitais teve nova queda, chegando ao pior nível desde 2020.

É o que aponta um novo relatório divulgado nesta semana pela plataforma de análises DappRadar. Segundo o levantamento, o volume negociado com esses criptoativos totalizou US$ 13,7 bilhões no ano passado, representando uma queda de 19% em relação aos US$ 16,8 bilhões em 2023.

O DappRadar aponta ainda que o resultado de 2023 já representava uma queda de 18% em relação ao ano anterior, ilustrando a continuidade de um declínio dos NFTs. A queda ocorreu mesmo em um 2024 positivo para as criptomoedas, com um novo ciclo de alta e recordes do bitcoin.

A queda nas vendas em 2024 também foi expressiva. No ano passado, foram registradas 49,8 milhões de vendas, o menor número desde 2020. Em 2023, foram 60,6 milhões. Ou seja, a queda nas vendas foi ainda maior que a do volume negociado ao longo de 2024.

Para o DappRadar, "isso mostra que os NFTs foram, em geral, mais caros em 2024, em linha com preços maiores de tokens". Em 2020, quando o segmento tinha acabado de surgir, foram registradas 1,1 milhão de vendas e um volume negociado de US$ 94 milhões.

Em 2021, o segmento iniciou uma rápida expansão, chegando em 74,2 milhões de negócios fechados e US$ 27,4 bilhões movimentados. Em 2022, chegou no auge, com US$ 57,7 bilhões movimentados e 121,7 milhões de vendas. Mas o declínio teria início já no ano seguinte.

O relatório indica ainda que o mercado de NFTs teve uma forte volatilidade ao longo de 2024, com alta no volume negociado ao longo do primeiro trimestre, queda no segundo e no terceiro e uma recuperação nos últimos três meses do ano.

O DappRadar trouxe como principal destaque positivo a coleção Pudgy Penguins, que valorizou mais de 114% em 2024 ao lançar uma criptomoeda própria e investir em produtos físicos para a sua comunidade, além de parcerias em segmentos de esportes e jogos.

Já a Yuga Labs, grande líder do segmento de NFTs e que foi destaque no pico de 2021 a 2022, registrou um declínio no valor das suas coleções. Para 2025, a empresa pretende investir mais em metaverso e realidade virtual, assim como novas coleções.

Em um balanço, a visão do DappRadar é que "talvez o ano de 2024 tenha nos ajudado a perceber que os NFTs não precisam ser caros para provarem a importância para o ecossistema mais amplo da Web3".

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