(Banco Central/Divulgação/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 4 de março de 2024 às 17h00.
Contrariando a expectativa do mercado, o Banco Central do Brasil revelou ao Cointelegraph que não há qualquer data prevista para o lançamento do Drex, a CBDC do país. Consultada, a instituição reforçou o atual período de testes fechado com empresas do mercado (agrupadas em consórcios).
Em um segundo momento, segundo o BC, pode ser que sejam realizados testes abertos com a população, mas que isso ainda não tem qualquer prazo para ocorrer e depende ainda do avanço dos testes iniciais.
"Não há data para o lançamento do Drex. Desde março de 2023, a iniciativa é uma experiência piloto em ambiente restrito. Quando os participantes e a iniciativa propriamente dita alcançarem grau de maturidade adequado, o Banco Central avançará para a fase de testes com a população", afirmou o BC.
A declaração do BC, ocorre após o coordenador do Drex, Fabio Araújo, ter afirmado que o cronograma do Drex vai atrasar por questões legais ligadas a privacidade.
"Progredimos rapidamente com as soluções, mas é improvável que atendamos todos os requisitos regulatórios até o meio do ano. Continuaremos os testes de privacidade e tentaremos aprimorar outros aspectos do projeto, como outros casos de uso e outros participantes. Isso dependerá das formalidades e da forma como devemos concluir a primeira fase do piloto", disse Araujo.
Além dos problemas relacionados com a LGPD e questão regulatórias, o BC enfrenta um outro problema: a falta de funcionários. A saída de funcionários do BC ganhou até um nome, Drexit, união das palavras Drex e Brexit (movimento de saída do Reino Unido da União Europeia). Isso ocorre, pois as empresas estão cada vez mais interessadas no potencial dos tokens RWA e em como eles podem transformar a economia nacional por meio do Drex.
Contudo, apesar das incertezas com o cronograma da CBDC nacional, o BC vem aproveitando as reuniões do G20 para debater como o uso de Moedas Digitais de Banco Central, como o Drex, podem ser transformadoras para a economia digital e processos de pagamentos entre as nações.
As CBDCs, assim como as criptomoedas, estão inseridas nos debates de inclusão financeira dentro da "trilha financeira" do G20. Segundo declarou o diretor de assuntos internacionais e de riscos corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, o Brasil tem sido apontado como um exemplo na área devido aos pontos da agenda BC#, que trouxe inovação para o sistema financeiro nacional impactando a inclusão financeira e o acesso ao crédito.
"O Brasil está sendo encarado como exemplo e um caso estudado por países avançados e em desenvolvimento. A experiência do Pix é um caso de enorme sucesso e tem muitos desdobramentos, além de facilitar pagamentos. O Pix, continuou, aumenta a acesso das pessoas ao sistema financeiro e ao crédito", disse.
Picchetti afirmou que o uso de CBDCs para pagamentos transfronteiriços é um tópico quente no G20 que espera ter um protocolo comum para transações digitais assinado pela maior parte dos países, para não existirem blocos isolados transacionando entre si.
Atualmente mais de 100 países no mundo já lançaram ou estudam lançar CBDCs, sendo os modelos (atacado e varejo) e protocolos usados bem diferentes entre si, seja com o uso de protocolos baseados em blockchain (com e sem compatibilidade com EVM) e casos sem o uso de DLT, como o Yuan Digital da China.
Neste sentido, entre os diferentes modelos, Picchetti destacou que o Drex vem sendo apontado como um exemplo pois, segundo ele, a tokenização de ativos cria uma nova economia que dá acesso a novos ativos ao mercado de capitais
“É por aí que estamos vendo uma das grandes dimensões que o Drex pode dar”, apontou.
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