MoMA, em Nova York (MoMA/Divulgação)
Um dos museus mais importantes do mundo pode entrar oficialmente para o universo dos tokens não fungíveis (NFTs). A partir do leilão de pelo menos US$ 70 milhões em obras clássicas da arte mundial, o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York pretende utilizar o dinheiro para custear sua expansão digital.
De acordo com uma entrevista de Glenn Lowry, diretor do MoMA, ao The Wall Street Journal, o museu busca entrar no setor de arte digital com exposições, cursos, NFTs e muito mais.
Lowry disse que o museu tem uma equipe dedicada a acompanhar o cenário de arte digital a fim de procurar potenciais artistas para colaborações ou compras.
“Sabemos do fato de que compramos um ‘imprimatur’ [autorização de uso] quando adquirimos peças, mas isso não significa que devemos evitar esse campo”, afirmou Lowry ao The Wall Street Journal.
Além da compra de NFTs, o MoMA deve lançar seu canal próprio de streaming, realizar exposições virtuais e ligações de vídeo com criadores, ou colaborar com universidades e escolas digitais para oferecer cursos online.
O Museu de Arte Moderna de Nova York é responsável pela coleção de William S. Paley desde que o empresário, que cofundou a emissora de televisão norte-americana CBS, faleceu em 1990.
Entre as obras leiloadas, estarão um quadro de Rousseau e um de Renoir, de acordo com Lowry ao The Wall Street Journal. A expectativa é que o leilão arrecade entre US$ 70 e US$ 100 milhões. Uma parte do dinheiro também será doada para causas filantrópicas que eram defendidas por Paley.
A Sotheby’s também confirmou o leilão de outras obras, como “Guitar on a Table” de Pablo Picasso, que será vendida por pelo menos US$ 20 milhões em novembro. “Three Studies for a Portrait of Henrietta Moraes” de Francis Bacon, também será leiloado com o preço mínimo de US$ 35 milhões em outubro.
Com o boom dos NFTs em 2021, o mercado da arte não quis ficar de fora do que promete ser a nova era da arte digital. A própria casa de leilões Sotheby’s já realizou uma série de leilões do gênero, que acumularam mais de meio bilhão em vendas em 2021, enquanto artistas como Banksy e Beeple se destacam por suas obras eternizadas em blockchain.
Esta também não é a primeira iniciativa do Museu de Arte Moderna de Nova York no setor, embora a instituição ainda não possua nenhum NFT. Em novembro do ano passado, o MoMA contribuiu com metadados de sua coleção completa para a exposição/NFT “Unsupervised”, do artista de inteligência artificial, Refik Anadol.
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