Future of Money

Mudança na tributação para investimentos em criptomoedas é sancionada pelo governo

Nova taxação para operações com criptoativos deverá valer apenas para operações no exterior; especialistas veem impactos mistos

Nova lei altera tributação de investimentos no exterior em criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

Nova lei altera tributação de investimentos no exterior em criptomoedas (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 13 de dezembro de 2023 às 11h20.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira, 13, um projeto de lei que altera a tributação de investimentos realizados no exterior por brasileiros. Entre os tipos de operações atingidas pela mudança na taxação estão as envolvendo criptomoedas. Com a sanção, as alterações devem entrar em vigor no primeiro semestre de 2024.

O projeto já havia sido aprovado anteriormente pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal no segundo semestre e faz parte de um movimento do governo federal para ampliar a sua arrecadação de impostos. Além das criptomoedas, a nova lei atinge fundos de investimentos exclusivos e aplicações em offshores.

  • Para você que adora ler notícias de crypto, a Mynt é o aplicativo ideal para você. Invista e aprenda sobre crypto ao mesmo tempo com conteúdos descomplicados para todos os públicos. Clique aqui para abrir sua conta.

Mudanças na tributação

À EXAME, especialistas apontam que a mudança na tributação de criptomoedas deverá ter um impacto misto para os investidores. De um lado, eles apontam que deverá haver um aumento nos impostos: anteriormente, havia isenção nos investimentos abaixo de R$ 35 mil, com cobrança de alíquota variando entre 15% e 22,5% na venda, dependendo do valor da operação acima de R$ 35 mil.

Agora, todas as operações terão uma taxação de 15%, independentemente do valor investido. Ao mesmo tempo, eles argumentam que a medida pode simplificar investimentos ao padronizar a cobrança de impostos, e por isso não é totalmente negativa.

Gustavo Maia - advogado tributarista do escritório Bento Muniz Advocacia, pontua que as mudanças "têm o potencial de remodelar as estratégias de investimento e planejamento patrimonial, influenciando tanto investidores individuais quanto corporativos. A antecipação de cenários tributários e a adaptação a essa nova realidade serão cruciais para o sucesso e a eficiência das operações financeiras no contexto dessas alterações legislativas".

Luciano Martins Ogawa, advogado tributarista sócio do Ogawa, Lazzerotti & Baraldi Advogados, explica que, com as mudanças, a tributação nas operações financeiras no exterior "fica muito mais simples. Todas as operações são tributados a alíquota de 15%, mas nasce a possibilidade de compensar perdas em operações semelhantes. Assim, o imposto é recolhido após as compensações das perdas".

Na prática, ele explica que "quem opera com cripto geralmente tem ganho em algumas operações e perda em outras". Ou seja, a compensação em caso de perdas pode ajudar a diminuir o imposto efetivamente pago, o que pode ajudar investidores.

Já Beto Fernandes, analista de criptomoedas da Foxbit, afirma que "em um primeiro momento, a tributação é, de fato, indigesta para a maioria dos investidores, ainda mais considerando a alíquota de 15%. Entretanto, a decisão no médio e longo prazos é uma forma não só de proteger o produto nacional, como também gerar mais segurança para os investidores brasileiros".

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da SilvaImpostosCriptomoedas

Mais de Future of Money

Senadora pede explicação para venda de bitcoin pelos EUA e alerta para prejuízos anteriores

Próximo secretário do Tesouro dos EUA afirma ser contra criação de Dólar Digital

Criptomoeda meme dogecoin pode ganhar ETF nos EUA ainda em 2025, diz empresa

Tether, maior empresa de stablecoins do mundo, anuncia mudança de sede para El Salvador