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"Mudança de gestão pode ter atrapalhado situação do Drex", diz CEO da GoLedger

Soluções de privacidade para o Drex existem, mas BC não teve tempo ou governança para manter uso de blockchain no projeto

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 17h59.

Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 19h03.

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Nesta quinta-feira, 7, representantes do Banco Central anunciaram que o Drex, projeto que pretende ser a infraestrutura digital das finanças do Brasil, passou por mudanças drásticas em seu projeto, descartando o uso da tecnologia de registro distribuído (DLT) em um primeiro momento para garantir seu lançamento até o fim de 2026.

A rede DLT escolhida para o Drex havia sido a Hyperledger Besu, aplicação dentro da Fundação Hyperledger. A GoLedger, empresa brasileira que faz parte da Fundação Hyperledger, foi contratada pela Caixa Econômica para cuidar da parte de blockchain em seu consórcio com a Elo e Microsoft no projeto-piloto do Drex.

“O Banco Central escolheu, no início do projeto, utilizar tecnologias compatíveis com EVM, ou Ethereum Virtual Machine. Isso é definido como principal requisito da rede, que era para ser a rede blockchain do Drex. Ethereum Virtual Machine é a base da rede mainnet Ethereum e é um dos pontos principais em relação à confiabilidade de redes blockchain. Porém, ele não foi criado nem em modelos de escalabilidade, mas, principalmente, não foi criado com privacidade”, explicou Marcos Sarres, CEO da GoLedger, à EXAME.

“A gente já começa a ter grandes instituições de mercado já começando a colocar modelos que, de alguma forma, vão poder abraçar essa demanda que o Drex criou, de você ter uma liquidação automática e delivery versus payment. Então essas soluções já estão sendo criadas, algumas ofertadas, que o mercado vai colocar de forma madura. E a gente acredita que lá no futuro o Banco Central deve se adaptar a essas soluções que estão no mercado ou voltar e colocar algum modelo tokenizado”, acrescentou.

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“Tecnologia Besu não é a ideal para o Drex”

“A questão não é Hyperledger, é um cliente que foi escolhido chamado Besu. Eu acredito que a DLT deve voltar, até porque nós que trabalhamos com blockchain sabemos, e é uma opinião minha como especialista da área, de que a tecnologia Besus não é a ideal para o que estava sendo procurado. Existem tecnologias que já vêm no seu core, você não precisa desenvolver, customizar, privacidade, escalabilidade”, disse Marcos Sarres.

“Já existem tecnologias privadas e permissionadas que oferecem isso dentro da Hyperledger. Hoje nós temos o Hyperledger Fabric, por exemplo, que processa mais de 200 mil transações por segundo e com privacidade embutida. A versão anterior já conseguia mais de 20 mil transações por segundo com privacidade embutida. Inclusive era proposta de diversos atores do mercado para fazer algo híbrido no Drex”, acrescentou.

“O Drex não era algo que era feito de algo contratado pelo Banco Central, era um consórcio colaborativo. Então, naturalmente deve ter tido um pouco mais de dificuldade para achar a solução necessária para isso. Essas soluções existem, porém, para o Banco Central, precisaria ter um ajuste de requisitos que eu acho que não teve tempo, governança, e a mudança também de gestão, que deve ter atrapalhado bastante a situação deles. Não falo por eles, mas a gente aqui no mercado imagina o que poderia ter sido feito para poder ter um desfecho diferente”, concluiu.

Na última quarta-feira, 6, durante uma apresentação no Blockchain.RIO, Gabriel Galípolo chegou a brincar com sua assessoria diretamente do palco, dizendo que "não poderia mais falar de DLT" enquanto fazia comentários sobre o Drex. Naquele momento, a informação de que o projeto não utilizaria mais a tecnologia ainda não havia sido divulgada pelo Banco Central.

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