Bitcoin teve trajetória de valorização nos últimos dias (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 27 de março de 2023 às 12h00.
O movimento das autoridades dos Estados Unidos para ajudar os bancos do país está ajudando na valorização das criptomoedas, com destaque para o bitcoin. Essa foi a conclusão de um relatório divulgado por uma equipe de analistas do Morgan Stanley, uma maiores instituições financeiras do mundo.
No relatório, o time de analistas destacou que a maior criptomoeda do mercado chegou a acumular uma valorização de 69% em 2023, com um novo impulso de alta exatamente no início da crise bancária nos EUA. Para eles, as expectativas de um aumento da liquidez no mercado com a ajuda aos bancos beneficia o mercado cripto.
O Morgan Stanley ressaltou que "a liquidez das ordens de negociação de bitcoin está no nível mais baixo em um ano, o que significa que volumes mais baixos podem gerar movimentos de preços maiores do que antes". Além disso, as negociações na corretora de criptomoedas Binance ganharam mais relevância na definição de preço, correspondendo a 80% do volume negociado.
Para especialistas, a forte alta do bitcoin em 2023 está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.
Os analistas do Morgan Stanley também abordaram no relatório a situação de outro segmento importante do mercado cripto, o de stablecoins - criptoativos que são pareados a outro ativo. A área enfrentou dificuldades devido à crise de paridade que a USDC sofreu após a falência do Silicion Valley Bank.
De acordo com os dados do relatório, a maior stablecoin do mercado, o tether (USDT), teve um aumento de emissão de 10% ao longo de março, mas isso não compensou a redução nas emissões da USDC e do BUSD, que deixou de ser emitido pela empresa Paxos após uma ação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).
Os analistas observaram que cerca de metade de toda a emissão do tether, chegando a 70% das emissões mais recentes, ocorreram no blockchain Tron. A empresa responsável pelo projeto, porém, foi processada recentemente pela SEC, o que pode acabar representando um novo risco para o segmento.
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