Sergio Massa é o atual ministro da Economia da Argentina (Tomas Cuesta/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de outubro de 2023 às 09h30.
O candidato à presidência da Argentina e ministro da Economia do país, Sergio Massa, prometeu nesta semana lançar uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) para "solucionar" o problema crônico da inflação no país caso ele seja eleito. Os argentinos devem ir às urnas no dia 22 de outubro para o primeiro turno do pleito.
"Tenho certeza de que a inflação é um grande problema na Argentina", disse Massa, que foi o segundo candidato mais votado nas prévias eleitorais. O ministro falou sobre o tema em um debate presidencial realizado em 2 de outubro, antes de descrever como planeja resolver um problema que tem afetado intensamente a economia do país.
"Vamos lançar uma moeda digital na Argentina. [...] Vamos fazer isso globalmente para toda a Argentina, acompanhado por uma lei de lavagem de dinheiro que permita que aqueles que têm reservas no exterior possam trazê-las e usá-las livremente no país sem novos impostos em paralelo", prometeu.
Massa, que atualmente é ministro da Economia do governo do presidente Alberto Fernández, rejeitou a ideia de que a Argentina deveria substituir o peso argentino pelo dólar: "A dolarização é o que gera a tentação do dólar. Sejam patriotas [e] defendam nossa moeda, não promovam o uso dela [o dólar americano]".
Duas das três principais pesquisas de opinião sugerem que Massa está ligeiramente atrás de Javier Milei, um candidato ultraliberal que ficou conhecido por defender a extinção do banco central do país e a substituição do peso pelo dólar. Milei foi o vencedor das eleições primárias da Argentina, realizadas em agosto.
Dados do grupo de estudos americano AS/COA sugerem que Massa provavelmente receberá maior apoio dos eleitores da província de Buenos Aires – lar de 16,6 milhões dos 46 milhões de habitantes do país. Por sua vez, Milei tem apoio majoritário nas regiões rurais do país.
Milei é economista e se define como "libertário". O político há muito tempo expressa ceticismo em relação ao papel do banco central na condução da política monetária na Argnetina. Em ocasiões passadas, o político se referiu ao bitcoin como uma reação contra os "golpistas do banco central", mas ele nunca chegou a sugerir a adoção da criptomoeda no país.
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