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Metaverso: o que é, a relação com cripto e como isso vai mudar a sua vida

Antes limitado aos filmes de ficção científica, o metaverso tem as criptomoedas e grandes empresas de tecnologia como aliados; saiba tudo sobre o assunto

Ninguém sabe onde o metaverso vai chegar, mas a importância das criptomoedas para o seu crescimento é uma certeza (iStock/GettyImages/Reprodução)

Ninguém sabe onde o metaverso vai chegar, mas a importância das criptomoedas para o seu crescimento é uma certeza (iStock/GettyImages/Reprodução)

Coindesk

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Publicado em 6 de agosto de 2021 às 12h49.

Última atualização em 22 de novembro de 2021 às 13h52.

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O metaverso não é mais um termo limitado aos filmes de ficção científica. Quando a tecnologia muda nossas vidas, geralmente não é de um dia pro outro. A internet, os smartphones e a nuvem, por exemplo, vieram ao mundo precedidas por suas versões em filmes de ficção. E é muito provável que novas tecnologias tenham esse potencial de modificar o cenário da vida cotidiana. Isso é o “metaverso”.

O metaverso é definido como um espaço virtual compartilhado, criado pela convergência entre a internet, a realidade aumentada e a realidade física virtualmente aprimorada. Suas tendências existem em formas que você pode conhecer, como nos populares videogames Roblox, Fortnite e Animal Crossing. O termo foi cunhado pela primeira vez no livro de ficção científica escrito por Neal Stephenson em 1992 chamado “Snow Crash”, onde dois entregadores de pizza viajam pelo metaverso para se salvar de uma distopia capitalista.

O metaverso que muitos futuristas vislumbram é similar aos retratados em histórias de ficção científica como “Jogador Nº1”. Enquanto não temos certeza como o metaverso irá se parecer, suas características básicas estão estabelecidas – abrange o mundo real e o virtual, é centrado em uma economia em pleno funcionamento, e permite que os usuários viajem por seus diversos “espaços” com facilidade, mantendo os avatares e mercadorias que compraram.

Pense em um parque temático sem limitação de tamanho e criatividade. Depois, imagine que você pode se mover harmoniosamente desse ambiente para um show de música virtual com milhares de outras pessoas, todas no mesmo universo digital. Isso poderá ser possível com essa nova fronteira tecnológica.

Por que o metaverso é importante?

Mesmo que o metaverso falhe em alcançar o que muitos esperam, ele pode mudar a forma que interagimos com o mundo digital. Uma experiência virtual coletiva poderia trazer novas oportunidades para criadores, gamers e artistas, assim como aconteceu com os NFTs, mas não apenas remodelando esse âmbito da economia, mas criando um novo.

O mundo virtual do metaverso poderia se tornar sua própria indústria de trilhões de dólares. A primeira opção para entretenimento, comércio e para alguns, até mesmo um local de trabalho. O metaverso não é descrito como uma extensão da internet, mas sim um sucessor, e está sendo construído a partir de blockchains e aplicativos descentralizados.

O investidor de risco e ensaísta Matthew Ball escreve que o metaverso irá se tornar “a porta de entrada para a maior parte das experiências digitais, a chave para todas as (experiências) físicas, e a próxima grande plataforma de trabalho”. Ele acredita que o metaverso irá ser a força propulsora que irá criar uma nova geração de companhias, de forma similar com o que aconteceu a partir da popularização da internet. Talvez de forma mais interessante, isso poderia levar à queda dos líderes atuais da indústria, assim como vimos na ascensão das plataformas digitais.

A entrada do Facebook no metaverso

No final de junho, Mark Zuckerberg disse à seus funcionários do Facebook que eles iriam trabalhar “para ajudar a dar vida ao metaverso”. A companhia designou um time de executivos para encabeçar o projeto, com nomes importantes das áreas de produtos do Instagram e jogos no Facebook.

Em uma entrevista para o The Verge, Zuckerberg definiu suas ambições quanto às possibilidades do metaverso. Discutiu a ideia de ambientes de trabalho virtuais, os quais ele apelidou de “escritórios infinitos”. Trabalhar com realidade virtual, segundo ele, proporciona melhora nas atividades multitarefa, e se reunir em um ambiente virtual do estilo do metaverso pode ser intrinsecamente mais colaborativo e produtivo. Chamadas no Zoom tem limitações evidentes, e Zuckerberg diz que já prefere realizar suas reuniões em realidade virtual se possível.

O empresário ainda notou como o metaverso poderia promover soluções para a desigualdade social. Com base na pesquisa de Raj Chetty, Zuckerberg aponta que a localização geográfica de uma pessoa está altamente correlacionada com suas oportunidades financeiras. A ideia que surgiu em sua cabeça é que conforme a tecnologia se desenvolve no âmbito virtual e de realidade aumentada, o trabalho remoto se torna mais efetivo e acessível.

Zuckerberg também detalhou como o investimento do Facebook na tecnologia de realidade virtual irá nos levar para esse mundo. O Facebook atualmente possui a Oculus, fabricante dos fones de ouvido Quest VR. Enquanto a tecnologia de realidade virtual ainda tem um longo caminho pela frente, de acordo com o cofundador da gigante das redes sociais, os fones estariam preparados para funções no metaverso “até o final da década”.

Outras gigantes da tecnologia investem no metaverso

Nenhuma empresa ou pessoa poderia controlar o metaverso, mas existem suspeitas de que o mundo tecnológico já estaria reivindicando sua participação no futuro do espaço. Google, Microsoft, Samsung e a Sony se uniram ao Facebook em um consórcio de empresas de tecnologia que buscam modelar o futuro da “realidade experimental”.

Os videogames estão à frente de outras tecnologias do metaverso em muitos aspectos e podem continuar seu pioneirismo no espaço de diversas formas. Por muitos anos, os videogames se apoiaram no conceito de economia “in-game”, onde os jogadores podem comprar e vender mercadorias que não possuem nenhum valor real fora do próprio universo do jogo. O exemplo mais recente é o jogo Fortnite, mas outro exemplo que manteve seu sucesso contínuo é o Grand Theft Auto (GTA) V, que apesar de ter sido lançado há mais de 7 anos, obteve rendimento bruto de mais de um bilhão de dólares em 2020, graças à uma grande comunidade online que permanece ativa no universo do jogo.

O metaverso visa conectar as economias “in-game” sob o guarda chuva da experiência virtual. Diferentemente do mundo dos videogames, o metaverso não é baseado em objetivos. Nossa relação com ele será muito mais parecida com o modo que tratamos a internet do que algum tipo de jogo virtual onde interpretamos outros personagens.

Onde as criptomoedas se encaixam dentro do metaverso

Por trás das câmeras do metaverso existirá uma demanda para a entrega de identidades que não necessitem de permissões, serviços financeiros e trocas rápidas. Os dados terão de ser armazenados e disponibilizados para milhões, se não bilhões, de pessoas. A resposta para esses problemas está na tecnologia de criptomoedas.

Companhias como a Decentraland e a The Sandbox desenvolveram mundos virtuais que integram criptomoedas e assim os jogadores podem criar estruturas como cassinos e parques temáticos virtuais, e monetizá-los. Na Decentraland, a moeda utilizada é a MANA, e está disponível para compra em corretoras como a Coinbase. Existem ainda cassinos na Decentraland onde você pode apostar na MANA, e os revendedores são pagos com a moeda para trabalhar.

Os NFTs também terão papel fundamental no metaverso, proporcionando às pessoas posse completa de seus personagens, itens do jogo e até mesmo terrenos virtuais. Um NFT da Decentraland foi vendido recentemente por mais de 900 mil dólares, a maior venda até o momento.

Eventualmente, será possível comprar e vender bens de diversos jogos e universos em mercados interoperáveis. Então alguém poderá vender seu terreno virtual do mundo da Decentraland e utilizar o dinheiro para comprar skins do Fortnite, por exemplo. As criptomoedas poderiam se tornar a única moeda corrente utilizadas no metaverso, com todos os objetos virtuais e intangíveis sendo expressos pelas NFTs.

“Eu acho que as pessoas estão realmente surpresas pela quantidade de dinheiro que os jogadores gastam em ativos digitais. Centenas, milhares, e provavelmente milhões de dólares gastos em ativos digitais”, disse Arthur Madrid, CEO e cofundador da The Sandbox. “Eu acho que converter esses ativos em NFTs, criando uma economia baseada em NFTs, irá adicionar uma nova camada em cima da economia digital existente”.

Enquanto ninguém pode prever exatamente como o metaverso irá se parecer, ou quando sua forma final irá chegar, a importância das criptomoedas para o seu crescimento é uma certeza. Conforme monitoramos o desenvolvimento de tecnologias como a realidade virtual, e as formas que os líderes da indústria atual como o Facebook estão se envolvendo, avanços na tecnologia blockchain e no setor de criptomoedas também terão papel igualmente importante na formação do futuro do metaverso.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk
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