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MetaMask confirma que armazena dados de usuários, mas nega uso indevido

Criadores da maior carteira de criptoativos do mundo defenderam que processamento de transações demanda algumas informações de usuários

Empresa que atua no processamento de transações envolvendo a MetaMask foi criticada por armazenar dados de usuários (Bloomberg/Getty Images)

Empresa que atua no processamento de transações envolvendo a MetaMask foi criticada por armazenar dados de usuários (Bloomberg/Getty Images)

Os responsáveis pela MetaMask, a maior carteira digital de criptoativos do mundo, rebatarem nesta sexta-feira, 25, críticas sobre possíveis usos indevidos de dados de clientes, mas confirmaram nas redes sociais que é preciso obter algumas informações para possibilitar o processamento de transações.

O armazenamento começou a ser apontado por usuários nas redes sociais após uma atualização na política de privacidade da carteira. Com o novo texto, surgiram acusações de que a Infura - responsável por processar as transações entre carteiras - passaria a armazenar os dados de IP e endereço na rede Ethereum dos clientes sem informá-los, com a possibilidade de monetizá-los ou ter outros usos indevidos.

(Mynt/Divulgação)

Em resposta à relevação, o CEO da empresa que criou a MetaMask e a Infura, Joseph Lubin, confirmou o armazenamento desses dados, mas defendeu que ele já ocorria anteriormente e que houve "muitos mal-entendidos em torno de nossa política de privacidade atualizada que precisam ser esclarecidos".

"A MetaMask não coleta endereços IP, ela roteia as informações necessárias para que sua transação seja processada por um provedor RPC. O provedor RPC padrão da MetaMask é a Infura, que também desenvolvemos", explicou o responsável pela ConsenSys.

Lubin disse que alguns pedidos de transações envolvendo as carteiras de usuários demandam alguns dados para que sejam processados no blockchain: "Para processar solicitações de uma carteira como a MetaMask, a Infura precisa saber o endereço IP do dispositivo que envia a solicitação e o endereço no blockchain".

Lubin ressaltou ainda que "todos" os serviços de Web3 voltados à intermediação de transações precisam desses dados, e que a alternativa seria ter "poucos ou nenhum produto utilizável em Web3".

"A ConsenSys sempre foi - e sempre será - dedicada a servir e proteger o usuário final", observou o CEO. "A Infura não explora esses dados, nem a ConsenSys os monetiza. A Infura está buscando soluções técnicas para minimizar a coleta de dados, incluindo técnicas de anonimização e eliminação completa dos dados coletados".

Lubin disse ainda que os usuários têm a liberdade de usar outros provedores de RPC, não apenas a Infura. Já Dan Finlay, um dos criadores da MetaMask, destacou que "não temos literalmente nenhum desejo de armazenar mais dados do que precisamos".

"Acontece que temos a política de privacidade mais assertivamente transparente na Web3 e somos mais autocríticos sobre como nossa infraestrutura web atual funciona do que outros estão admitindo", rebatou o desenvolvedor.

Segundo ele, "outras carteiras estão agindo oportunisticamente como se sua infraestrutura da web centralizada não estivesse magicamente [coletando dados]. Está".

"Além disso, estamos sempre procurando maneiras de continuar melhorando as opções de privacidade que oferecemos aos nossos usuários", concluiu Finlay.

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