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Meta impulsiona duas comunidades brasileiras para metaverso e Web3

Comunidades que impulsionam o empreendedorismo entre mulheres e causam impacto social através de NFTs são selecionadas no Desafio Comunidades no Metaverso

Antigo Facebook recebeu nome de Meta (Meta/Reprodução)

Antigo Facebook recebeu nome de Meta (Meta/Reprodução)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 26 de março de 2023 às 10h01.

A Meta e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciaram os dez vencedores do “Desafio Comunidades no Metaverso”. Dentre as comunidades selecionadas para participar, estão dois coletivos brasileiros: Clube da Alice e Socialcrypto.art. O Desafio aprofundará o entendimento sobre como as pessoas estão pensando futuras comunidades no metaverso, e promoverá o crescimento social e econômico na América Latina.

Usando o metaverso como alavanca

O Desafio Comunidades no Metaverso teve suas inscrições encerradas em novembro de 2022, com 370 propostas apresentadas por comunidades de 22 países da América Latina. No anúncio, a Meta afirma que as comunidades selecionadas estão aplicando realidade aumentada e realidade virtual em áreas como saúde, educação, criação de empregos, empreendedorismo feminino, cultura e acessibilidade urbana, dentre outras.

As dez comunidades selecionadas receberão prêmios como: financiamento de US$ 10 mil, treinamento personalizado em áreas onde a comunidade possa crescer e se desenvolver, e uma semana na sede da Meta, em São Paulo, para networking.

Hector Faya, Diretor de Programas para Políticas Públicas da Meta na América Latina, afirma que o metaverso tem potencial de gerar benefícios socioeconômicos através de experiências imersivas. Essa foi a motivação para a parceria com o BID para lançar o Desafio Comunidades no Metaverso.

“Nossa expectativa é o fomento de um ecossistema de líderes, startups e programadores em tecnologias imersivas mais inclusivas que possa gerar impacto social e econômico positivo, principalmente para populações vulneráveis.”

Comunidades selecionadas

O Clube da Alice, uma das comunidades selecionadas, é um coletivo feminino focado em estimular o empreendedorismo entre mulheres. Mônica Balestieri Berlitz, fundadora do coletivo, conta que a comunidade foi construída de forma orgânica por mulheres de Curitiba, que se reuniam para falar de negócios.

Com a chegada da pandemia, muitas delas perderam seus empregos, e precisaram encontrar alternativas para auferir renda. Foi então que o Clube da Alice ganhou tração e virou uma rede de empreendedoras, com um grupo no Facebook que já conta com quase 355 mil integrantes.

“O Clube da Alice já é como um metaverso. Nos organizamos através de chamadas no Zoom, oferecemos cursos e interagimos constantemente”, diz Berlitz ao Cointelegraph Brasil. Com os incentivos recebidos pela seleção no Desafio, ela conta que o objetivo é usar o Horizon, metaverso da Meta, para levar as experiências presenciais do Clube da Alice para mais mulheres. Para isso, será criada uma sede virtual do coletivo.

“Nos sentimos felizes em sermos a primeira experiência dessas mulheres no metaverso. É sempre empolgante ser parte ativa do futuro”, avalia Berlitz. A expectativa é que, através de uma comunidade já consolidada, as novas tecnologias cheguem com menos fricção a uma parcela maior do público feminino.

O socialcrypto.art é um projeto do Santo Amaro, comunidade do Rio de Janeiro, com objetivo de usar a arte digital para impulsionar o desenvolvimento das favelas da região. Gean Guilherme, fundador do movimento, é um artista digital que conheceu os NFTs em 2020, e o projeto nasceu durante uma ação social para arrecadar cestas básicas durante a pandemia.

“Fiz uma ação com a Ademafia e foi ali que me senti sensibilizado sobre as questões sociais e impacto. Descobri sobre NFTs, e amigos me apresentaram a Hicetnunc, um marketplace da Tezos. Acabei ficando por lá, já que as taxas do Ethereum dificultavam a criação de projetos”, diz Gean Guilherme. Ele conta que viu nos tokens não-fungíveis uma oportunidade de levantar fundos e aplicá-los em causas sociais.

“Participei de um evento no qual eu disponibilizei meus NFTs gratuitamente, e as pessoas mandavem as doações direto na carteira do projeto. Conseguimos em torno de R$ 7 mil reais e usamos para comprar cestas básicas. Quando eu estava passando as compras no mercado, eu pensei: ‘é isso’, e decidi me dedicar de vez nesse projeto”, conta o fundador do Socialcrypto.art.

Com os incentivos recebidos, a meta é criar uma galeria física para exibir as artes do projeto, além galeria digital, já disponível. Além disso, Gean Guilherme afirma um marketplace próprio do socialcrypto.art está em desenvolvimento.

Outra iniciativa organizada por moradores do Santo Amaro é a 2050, um laboratório de arte, inovação e tecnologia que envolve a disseminação de Web3 na comunidade, e está ligada ao ocialcrypto.art. Gean Guilherme afirma que a 2050 está em sua fase final de financiamento coletivo para custear a infraestrutura do projeto.

“Queremos levar o futuro para a favela e já temos uma estrutura para isso, mas precisamos de ajuda para expandir”, conclui o fundador do socialcrypto.art.

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