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Mercados globais em queda e dólar forte no mundo: os desafios para o bitcoin

Analista técnico do BTG Pactual revela quais serão os desafios para o bitcoin em um cenário de queda dos mercados globais e o dólar forte no mundo todo

Bitcoin segue estável na faixa dos US$ 19 mil (NurPhoto/Getty Images)

Bitcoin segue estável na faixa dos US$ 19 mil (NurPhoto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 10h38.

Por Lucas Costa*

A segunda-feira, 26, começa com sentimento de aversão ao risco. Os mercados globais amanhecem em queda, com desvalorização de 0,56% do S&P 500 e queda de 0,40% no Nasdaq. O dólar chama a nossa atenção, com o DXY subindo 0,40% e renovando a sua máxima no ano.

O contexto mais difícil para ativos de risco segue motivado pela persistência da inflação (leitura bastante negativa do CPI de agosto), que faz com que o Banco Central dos EUA adote uma política mais restritiva no aspecto da taxa de juros.

(Mynt/Divulgação)

Na semana passada, o Comitê Federal do Mercado Aberto dos EUA (FOMC) confirmou as expectativas dos analistas de macro e estratégia do BTG Pactual, elevando a Fed Funds Rate (FFR) em 0,75%. As falas de Powell sobre a manutenção da taxa de juros mais elevada por mais tempo contrariou a visão do mercado, que já precificava algum corte. O contexto que acompanhamos sugere um dólar global (DXY) ainda mais forte, uma vez que o mercado procura por proteção, resultado em valorização de aproximadamente 18% em 2022.

O gráfico de comparação entre o DXY e bitcoin mostra a relação inversa entre os dois. A principal forma de precificação do bitcoin é contra o dólar americano, que apresenta tendência de alta no curto e médio prazo. O DXY pode ser definido como o dólar contra uma cesta de moedas, composta por 57,6% de Euro (EUR), 13,6% de Yen (JPY) e 11,9% de Libra Esterlina (GBP), entre outras. A valorização do dólar global é um vetor negativo para os ativos de risco e tem pressionado as criptos durante todo o ano de 2022.

(Lucas Costa/TradingView/Reprodução)

O gráfico diário do bitcoin tem lateralidade perto dos fundos anteriores em US$ 18.500, região que não é perdida desde o último sell-off de junho de 2022. A tendência de médio prazo é de queda, com formação de topos mais baixos que os anteriores. A média móvel de 21 períodos ainda tem cruzamento baixista com a média móvel de 50 períodos, sinalizando que os vendedores seguem no comando, apesar da desaceleração da queda.

A referência para o traçado de Fibonacci é o topo em US$ 25.250 e fundo em 17.560. A região atual de preço é a retração de 76,4% do movimento, possível região de demanda pela criptomoeda. O próximo suporte é a mínima do dia 18 de junho em US$ 17.580, que caso seja rompido, tem objetivos de preço em US$ 15.135 (141,4%) e US$ 14.060 (161,8%).

O cenário de curto prazo do bitcoin ainda depende muito dos ventos dos mercados globais, que não apresentam sinais de melhora. A sustentação do preço nesses patamares mostra alguma resiliência da principal cripto, mas os principais vetores ainda seguem baixistas.

(Lucas Costa/TradingView/Reprodução)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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