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Mercado cripto tem US$ 1 bilhão em liquidações após bitcoin despencar mais de 20% e Ethereum, 30%

Ativos digitais derreteram após onda de quedas nos mercados ao redor do mundo, desencadeadas pela alta de juros no Japão

Mercado de criptomoedas despencou nas últimas horas (Reprodução/Reprodução)

Mercado de criptomoedas despencou nas últimas horas (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 11h34.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 12h23.

O mercado de criptomoedas acompanha nesta segunda-feira, 5, a queda generalizada nas bolsas de valores ao redor do mundo, desencadeada por uma combinação de temores sobre recessão nos Estados Unidos, alta de juros no Japão e uma possível escalada nas tensões geopolíticas do Oriente Médio. Com isso, os ativos digitais registram fortes quedas.

Dados da plataforma CoinGecko apontam que o bitcoin acumula queda de 28% nas últimas 48 horas, cotado em US$ 53,4 mil. Já o ether despencou ainda mais, acumulando perda de 34% no mesmo período e cotado em US$ 2.396, com a maior desvalorização desde 2021.

As fortes perdas disseminadas no mercado de criptomoedas também resultaram em uma intensa onda de liquidações no mercado de negociação de preços futuros desses ativos. Dados da plataforma CoinGlass apontam que as liquidações já superaram a casa de US$ 1 bilhão.

Ao todo, 275 mil investidores tiveram suas posições liquidadas, sendo que 87% das perdas ocorreram nas chamadas posições de "long", em que o investidor espera que o ativo chegue a preços maiores, e não registre quedas como as que ocorreram nas últimas horas.

Na divisão por ativo, o bitcoin registra mais de US$ 354 milhões em posições liquidadas, mas é acompanhado de perto pelo ether, que registra US$ 342 milhões em liquidações. Já a sol, criptomoeda da Solana, registra US$ 75 milhões em liquidações, junto com o XRP.

Além das liquidações, as desvalorizações fizeram com que o chamado "Índice de Medo e Ganância do Bitcoin", usado para medir o apetite de investidores pelo ativo, chegasse ao nível mais baixo desde julho deste ano, no nível de "medo", indicando uma forte aversão a risco entre os investidores.

A queda no mercado de criptomoedas começou na última sexta-feira, 2, devido à combinação de temores de uma possível recessão nos Estados Unidos e uma escalada nas tensões do Oriente Médio. Entretanto, foi a situação da economia do Japão que intensificou as perdas.

José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, explica que "o bitcoin, sendo um mercado que opera continuamente, respondeu de maneira imediata neste domingo a essas mudanças, servindo como um termômetro inicial para a liquidez global".

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