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Medidas do Fed contra inflação podem derrubar ainda mais bitcoin e ether, diz analista da Bloomberg

Inflação recorde nos EUA causa postura agressiva do banco central norte-americano sobre taxas de juros, que podem prejudicar ativos de risco como as criptomoedas

Caso o Fed aumente de novo as taxas de juros dos EUA, bitcoin e ether podem cair ainda mais (Namthip Muanthongthae/Getty Images)

Caso o Fed aumente de novo as taxas de juros dos EUA, bitcoin e ether podem cair ainda mais (Namthip Muanthongthae/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

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Publicado em 20 de setembro de 2022 às 11h01.

A antecipada “marretada” na inflação do Banco Central dos EUA (Fed) na reunião da próxima quarta-feira, 21, está prestes a derrubar os preços do bitcoin e do ether ainda mais, antes de que eles voltem a registrar novas máximas históricas em 2025, de acordo com o analista da Bloomberg, Mike McGlone.

Em antencipação ao próximo aumento da taxa de juros pelo Fed a ser anunciado esta semana, o mercado espera um aumento mínimo de 75 pontos-base. No entanto, alguns temem que possa chegar a 100 pontos-base, o que representaria o maior aumento da taxa de juros em 40 anos.

Falando com a agência de notícias financeiras Kitco News no sábado, o estrategista sênior de commodities da Bloomberg Intelligence sugeriu que mais carnificina deve ser esperada para o bitcoin, o ether e todo o mercado de criptomoedas, pois as ações do Fed continuarão a abalar o sentimento dos investidores:

“Temos que nos voltar para o cenário macroeconômico mais amplo e o que está pressionando as criptomoedas este ano é a 'marreta' do Fed.”

(Mynt/Divulgação)

O preço do bitcoin caiu 11,5% nos últimos sete dias, atingindo cerca de US$ 18.924 no momento da redação deste texto, enquanto o ether caiu 16,7% nesse período, chegando a cerca de US$ 1.343, de acordo com dados do CoinMarketCap.

A queda do ether, em particular, tem sido motivo de discussão, já que o preço do ativo despencou desde que o tão esperado The Merge foi concluído em 15 de setembro.

Considerando que a grande atualização da rede Ethereum resultou essencialmente em um evento “compre o boato, venda a notícia”, McGlone acha que o ether pode cair para “US$ 1.000, ou até um pouco mais”, dada a agressividade do Fed este ano.

“Temo que [o The Merge] tenha causado muita empolgação”, disse McGlone, acrescentando que o declínio do preço do ether se enquadra em "um mercado de baixa macroeconômico significativo para todos os ativos de risco."

Durante a entrevista, McGlone chegou a prever que o próximo aumento da taxa de juros dos EUA poderia causar um crash nos mercados que poderá ser mais severo do que o colapso da bolha imobiliária de 2008:

“Acho que será pior que a correção de 2008, pior que a Grande Crise Financeira.”

“O Fed começou a flexibilizar a sua política monetária em 2007 e, em seguida, acrescentou liquidez maciça. Eles não podem mais fazer isso”, acrescentou.

No entanto, há uma pitada de exagero nas afirmações, já que McGlone também indicou que o BTC se recuperará fortemente e atingirá um novo recorde histórico de preço de US$ 100.000 até 2025, enquanto ele está muito otimista no que diz respeito ao ETH no longo prazo devido ao potencial de adoção institucional no futuro.

Buscando outros pontos de vista, outros analistas e especialistas compartilharam opiniões pessimistas semelhante a de McGlone para o curto prazo. Falando ao New York Times na segunda-feira, Kristina Hooper, estrategista-chefe de mercado global da Invesco, observou que o próximo anúncio do Fed será fundamental por causa "do que poderá significar para a direção do mercado de ações pelo resto do ano."

“O Fed tem sido o principal direcionador do mercado de ações este ano, e tem sido majoritariamente ruim”, disse ela.

Enquanto a CEO da Ark Invest, Cathie Wood, também reforçou seu alerta da semana passada de que as altas contínuas do Fed poderiam acabar causando deflação. Em uma publicação no Twitter domingo, Wood disse que o “Fed está resolvendo problemas da cadeia de suprimentos esmagando a demanda e, na minha opinião, desencadeando deflação, configurando-o para um grande pivô.”

"Essa inflação começou há menos de dois anos com o COVID e os gargalos da cadeia de suprimentos, exacerbados pela invasão da Ucrânia pela Rússia este ano. O Fed está resolvendo os problemas da cadeia de suprimentos esmagando a demanda e, na minha opinião, desencadeando a deflação, configurando-a para um grande pivô".

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