Future of Money

Mais da metade dos detentores de bitcoin estão no prejuízo, aponta estudo

Cenário já aconteceu em outras ocasiões e pode sinalizar início de movimento de recuperação da maior criptomoeda do mundo

Bitcoin acumula queda de 77% desde o final de 2021, repetindo cenários de 2015 e 2018 (Namthip Muanthongthae/Getty Images)

Bitcoin acumula queda de 77% desde o final de 2021, repetindo cenários de 2015 e 2018 (Namthip Muanthongthae/Getty Images)

O número de detentores de bitcoin que estão acumulando prejuízo superou a casa dos 50% pela primeira vez desde março de 2020, de acordo com um estudo realizado pela empresa de inteligência de mercado Into The Block divulgado nesta segunda-feira, 21.

De acordo com os dados, cerca de 52% dos endereços de carteiras digitais que possuem bitcoin, ou 24,6 milhões, compraram a criptomoeda em um valor maior que o atual em relação ao dólar e perderiam dinheiro realizassem vendas. Nesta segunda-feira, a cotação era de US$ 15,9 mil.

(Mynt)

Lucas Outumuro, diretor de pesquisas da Into The Block, observa que essa situação ocorreu anteriormente em 2015 e 2018. Nos dois anos, o número de carteiras com prejuízo foi de 62% e 55% do total, respectivamente.

Para ele, a repetição desse cenário indica que o atual mercado de baixa para a criptomoeda, também chamado de bear market, pode estar "ficando excessivo". O motivo é que, nos dois anos anteriores, os patamares de prejuízo antecederam ciclos de alta do bitcoin.

"Os ciclos de baixa parecem estar ficando mais curtos e com uma parcela menor de detentores perdendo ao longo do tempo. Essa tendência também favorece as chances de um possível fundo [da cotação] estar próximo", argumenta Outumuro.

Em 2015, por exemplo, foram necessários mais seis meses até que a maioria dos investidores voltasse a ter ganhos com o bitcoin. Já em 2018, foram três meses.

Além disso, o diretor de pesquisas observa que a maioria dos criptoativos atingiram as menores cotações do ano na última semana, derrubados pela falência da exchange FTX. É o caso do bitcoin, que acumula queda de 77% desde o início do mercado de baixa, em 2021.

Nos ciclos de baixa anteriores, de 2015 e 2018, a criptomoeda chegou a acumular perdas de 87% e 84%, respectivamente. "Historicamente, a maioria dos principais criptoativos cai menos no próximo mercado de baixa do que no anterior", diz Outumuro.

Por isso, ele acredita que é possível que as perdas acumuladas dos investidores até que o bitcoin atinja a menor cotação do ciclo de baixa acabem sendo menores que em outros anos.

"Uma razão potencial para acreditar que poderíamos experimentar um mercado de baixa relativamente mais ameno é que os investidores em cripto se expandiram além da base de detentores de 2018, com grandes fundos de tecnologia e instituições financeiras agora tendo exposição ao espaço direta ou indiretamente", avalia.

Mesmo assim, Outumuro alerta que isso não é uma garantia que o mercado de baixa de 2022 será mais leve, e que a quebra da FTX pode acabar piorando o quadro para o bitcoin e outros criptoativos.

"Embora esses indicadores on-chain sugiram que podemos estar no fim do mercado de baixa, a criptoeconomia está muito menos isolada da economia tradicional hoje do que em 2018 ou 2015. Para o bem ou para o mal, as instituições tradicionais começaram a comprar cripto em 2020 e 2021, e isso levou a correlações maiores com os mercados tradicionais", ressalta o diretor.

Sabia que você pode investir em Bitcoin, ether, Polkadot e muitas outras moedas direto no app da Mynt? Comece com R$ 100 e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Clique aqui para abrir sua conta gratuitamente.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok  

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptoativosCriptomoedas

Mais de Future of Money

Shaquille O'Neal vai pagar R$ 63 milhões para encerrar processo sobre NFTs

Coreia do Norte é acusada de roubar US$ 1 bilhão em ether com ataque hacker

CEO da Schwab, gestora de US$ 7 trilhões, se arrepende de não investir em cripto: "Me sinto bobo"

Mercado de criptomoedas chega a US$ 3,4 trilhões e atinge capitalização recorde