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Maiores bancos do mundo tinham quase R$ 50 bilhões em criptoativos em 2021, aponta relatório

Dados do BIS, considerado o "banco central dos bancos centrais", indica que bancos na América tiveram a maior exposição a criptomoedas no ano passado

Relatório do BIS apontou que 19 grandes bancos tiveram exposição a criptoativos em 2021 (BIS/Divulgação/Divulgação)

Relatório do BIS apontou que 19 grandes bancos tiveram exposição a criptoativos em 2021 (BIS/Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2022 às 18h06.

A adoção da tecnologia blockchain e do mercado cripto por grandes empresas do mercado financeiro tradicional, como bancos e corretoras, não é exatamente uma novidade, mas um relatório divulgado nesta sexta-feira, 30, pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), conhecido como o "banco central dos bancos centrais", mostra que muitas dessas instituições, mais do que oferecer produtos e serviços ligados ao setor, tiveram exposição aos ativos digitais em suas carteiras.

O levantamento do BIS mostra que vários dos principais bancos do mundo tiveram algum tipo de exposição aos criptoativos em 2021. Segundo o relatório, 19 grandes bancos registraram alguma exposição a criptoativos no ano passado. Desses, 16 fazem parte do chamado "Grupo 1", que reúne as 100 instituições financeiras internacionais com capital acima de 3 bilhões de euros.

(Mynt)

Além disso, outros três bancos do "Grupo 2" - que reúne 110 instituições com patrimônio inferior a 3 bilhões de euros ou sem atuação internacional - tiveram criptoativos no ano passado.

Dos 19 bancos, 10 deles estão localizados na América, sete na Europa e dois no resto do mundo. O BIS destaca que, dos três bancos de grupo inferior, dois deles "parecem ser especializados em criptoativos".

A constatação vai além da face mais visível de atuação dos grandes bancos em relação ao mercado cripto, que é a oferta de produtos e serviços ligados ao novo setor, como plataformas de negociação e custódia de ativos digitais e afins.

O relatório destaca que esse conjunto de bancos "compõem uma parte relativamente pequena da amostra mais ampla de 182 bancos considerados no exercício de monitoramento, 2,4% do total de RWA [ativos de risco] e 7,2% do total medido de exposição, com bancos das Américas contribuindo para cerca de três quartos deste montante".

Ao todo, os bancos estiveram expostos a 9,4 bilhões de euros, cerca de R$ 49,8 bilhões na cotação atual, em criptoativos, correspondendo a 0,14% do total de suas carteiras. Dois bancos foram responsáveis por mais da metade desse valor, e outros quatro, por pouco menos de 40%, indicando uma "distribuição irregular".

O relatório do BIS informou ainda a composição dos criptoativos ligados a esses 19 bancos.

Do total, 31% era de bitcoin, 22% de ether e 25% e 10%, respectivamente, de ativos que possuíam uma das duas criptomoedas como elementos subjacentes. O BIS destacou ainda a exposição a Polkadot (2%), Ripple (2%), Cardano (1%), Solana (1%) e Litecoin (0,4%).

O levantamento aponta três atividades praticadas pelos bancos no período que levaram à exposição em criptoativos. A primeira foi a guarda e empréstimo de criptomoedas ou produtos ligados a elas, incluindo para empresas e instituições financeiras (4,2% do total).

Houve, ainda, atividades de investimento direto em criptoativos a partir das contas de clientes ou então transações que envolveram esse tipo de ativo (45,7%). O terceiro tipo é a custódia ou fornecimento de seguro para carteiras que contenham criptoativos (50,2%).

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