Future of Money

Junho termina como pior mês da história e encerra pior trimestre desde 2011 para o preço do bitcoin

Preço do bitcoin fecha o mês com mais de 40% de perdas, a maior porcentagem de queda da história da criptomoeda em apenas um mês; no trimestre, queda chega a 59%

Preço do bitcoin despencou em junho e fechou pior trimestre de sua história (Cemile Bingol/Getty Images)

Preço do bitcoin despencou em junho e fechou pior trimestre de sua história (Cemile Bingol/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2022 às 19h45.

Junho de 2022 ficará marcado na história do bitcoin. E não é por um bom motivo: a criptomoeda teve a pior performance mensal da sua história e fechou o pior trimestre desde 2011.

Com uma aceleração da queda no final da tarde desta quinta-feira, 30, o preço do bitcoin passou de 40% de perdas ao longo de junho, negociado no momento a menos de 18.900 dólares, depois de começar o mês cotado a cerca de 32.000 dólares. Foi a pior performance mensal do ativo desde que o preço começou a ser monitorado, em 2010, segundo a CoinMetrics.

No segundo trimestre de 2022, também encerrado com o fim de junho, a queda passa de 59% - a pior performance desde o terceiro trimestre de 2011, quando a criptomoeda caiu quase 68,2%. Os dados são do CryptoCompare.

No caso do ether, cripto nativa da rede Ethereum, a situação em junho foi ainda mais desanimadora: queda de 47,2%, cotado atualmente muito perto de 1.000 dólares.

Apesar da baixa no mercado estar relacionada a um contexto mais amplo e alheio ao mercado cripto, como a guerra na Rússia, a desaceleração da economia chines, a inflação e o juro recordes nos EUA, entre outros fatores que afetam todos os mercados de risco globais, o setor de criptoativos foi dos que mais sofreu.

Isso acontece porque, além de menor e mais volátil do que, por exemplo, o mercado de ações, o setor de cripto ainda sofre com falta de regulação e pelo fato de ser uma tecnologia muito recente, ainda não consolidado. Exemplo disso foram os colapsos recentes de protocolos em blockchain, como o Terra e suas criptomoedas LUNA e UST, em maio; da Celsius, no início de junho; e da Three Arrows Capital, nos últimos dias.

Esses três casos aumentaram significativamente o fluxo vendedor, colocaram em risco grandes empresas do setor e, claro, aumentaram muito a desconfiança dos investidores, jogando os preços para baixo.

Somado a isso, ainda é preciso considerar a onda de demissões em grandes empresas de criptoativos, como Coinbase, Gemini, Huobi, Mercado Bitcoin, Bitso e muitas outras. No caso da Coinbase, a única corretora cripto listada na bolsa de valores dos EUA, os papeis da empresa caíram 31% no último mês, 81% no ano e 86% desde o IPO em abril de 2021.

"Ainda existe um aspecto na criptografia que ficamos esperando para ver eventos inevitáveis, ver outra entidade falhar, ver a cascata de crédito continuar", disse Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise Asset Management, em entrevista à CNBC. "Acho que temos que passar pelo fim de semana de quatro de julho e passar por esse período mais calmo do mercado antes de construirmos na segunda metade do ano".

Apesar do pessimismo tomar conta do setor no momento, esse sentimento não é unanimidade. A MicroStrategy, por exemplo, anunciou nos últimos dias a compra de mais 480 bitcoins, por cerca de 10 milhões de dólares, para o já inflado portfólio de quase 130 mil bitcoins da empresa. Changpeng Zhao, CEO da Binance, afirmou que Michael Saylor, CEO da empresa de softwares, vai "rir por último", sugerindo apoio à decisão de comprar a queda.

"Se a análise de tempo é uma semana, ou um mês, ou até um trimestre, acho que ainda há volatilidade significativa", disse Hougan. "Mas se você tem um horizonte de tempo medido em anos, então sim, esta é uma ótima oportunidade para pensar em entrar no mercado", completou, fazendo coro aos que ainda permanecem otimistas.

No entanto, antes da semana da comemoração da independência nos EUA, citada por Hougan como um momento de maior tranquilidade nos mercados financeiros, o país ainda vai divulgar dados econômicos nesta sexta-feira, 1, o que pode provocar ainda mais volatilidade nos mercados de risco e, claro, no mercado cripto.

Apesar do péssimo desempenho do setor em junho, o mês de maior de 2021 segue como o pior da história do bitcoin em termos absolutos. Na época, o bitcoin começou o mês valendo 58.000 dólares e terminou valendo 37.000 dólares - e, meses depois, em novembro, voltou a registrar recorde de preço, acima de 67.000 dólares.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptoativosCriptomoedasEthereumPreço do bitcoin

Mais de Future of Money

Brasil recua, mas já investiu R$ 1 bilhão em fundos de criptomoedas em 2024

Agentes de IA: entenda como "colegas de trabalho virtuais" são próxima fronteira da tecnologia

Em US$ 95 mil, bitcoin 'depende de fluxo institucional e de Michael Saylor'

Após 'performance extraordinária' em novembro, BTG recomenda criptomoedas para dezembro