Tether é responsável pela emissão da stablecoin USDT (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 16h14.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2024 às 16h18.
O JPMorgan divulgou um relatório na última quinta-feira, 1º, em que afirma que a Tether representa um risco para o mercado de criptomoedas. A empresa é responsável pela emissão da USDT, uma stablecoin pareada ao dólar, e controla mais de 70% do mercado de stablecoins no mundo.
Na visão do banco internacional, o crescimento na capitalização de mercado das stablecoins nos últimos meses é um sinal positivo e "encorajador" para o futuro do segmento, mas ainda existem riscos e preocupações em torno da "dominância" da Tether no setor.
"A Tether representa um risco maior devido à falta de conformidade regulatória e transparência. Portanto, vemos a crescente concentração da Tether no ano passado como um fator negativo para as stablecoins e para o ecossistema cripto de forma mais ampla", argumenta o relatório.
O banco afirma ainda que as stablecoins vêm enfrentando riscos regulatórios em diversos países, incluindo nos Estados Unidos e na Europa. Nesse sentido, o JPMorgan acredita que será necessário primeiro que as atuais stablecoins se adequem às regulações para reduzirem riscos e possíveis punições de reguladores.
O relatório aponta ainda que as stablecoins têm atuado como uma ponte entre as finanças tradicionais e o mundo das criptomoedas, funcionando na prática como o "dinheiro" desse ecossistema. Por isso, a expansão na capitalização representa uma entrada de capital no mercado cripto e ajuda a trazer mais estabilidade.
Em resposta à análise do JPMorgan, o CEO da Tether Paolo Ardoin disse ao site The Bloco que estava "feliz em ler que o JPMorgan reconhece a importância da Tether e da tecnologia de stablecoins criada por nossa empresa. Mas me parece um pouco hipócrita a conversa sobre concentração vinda do JPMorgan, o maior banco do mundo".
"O sucesso da Tether é impulsionado pela sua fiabilidade financeira, fortes reservas e pelo seu compromisso com os mercados emergentes e os países em desenvolvimento, nos quais comunidades inteiras estão usando o USDT como tábua de salvação para defender as suas famílias da inflação elevada e da desvalorização da sua moeda nacional", argumentou o executivo.
Nos últimos anos, a Tether foi criticada principalmente pela falta de transparência em torno das reservas que garantem a paridade da USDT em relação ao dólar. Em 2023, a empresa passou a divulgar seus balanços de reservas, buscando diminuir as preocupações do público.
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