Gestoras entraram com pedidos para lançar ETF de preço à vista do bitcoin (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 7 de julho de 2023 às 11h46.
O banco JPMorgan divergiu da euforia no mercado de criptomoedas e afirmou em um relatório publicado na última quinta-feira, 6, que a autorização para o lançamento de um fundo negociado em bolsa (ETF) de preço à vista de bitcoin nos Estados Unidos não terá um "impacto significativo" no mercado.
Atualmente, a BlackRock, a Fidelity, a Ark Invest e outras gestoras estão com solicitações junto à Comissão de Valores Mobiliários para lançar ETFs desse tipo. O regulador ainda não autorizou nenhum produto de investimento nessa categoria, permitindo apenas ETFs de contratos futuros da criptomoeda.
Os pedidos dessas gestoras animaram os investidores de cripto, que veem os ETFs de preço à vista como uma forma de atrair investidores tradicionais do mercado ao oferecer uma opção mais simples e segura de investimento. Além disso, as solicitações foram vistas como mais uma validação institucional do bitcoin.
Na visão do JPMorgan, há um otimismo maior no mercado de que a SEC vai aprovar ao menos um desses pedidos, já que preocupações anteriores do regulador teriam sido esclarecidas pelas gestoras em suas solicitações. Entretanto, o banco está mais cético quanto aos efeitos dessa aprovação no mercado.
Os analistas da instituição pontuam que "ETFs de preço à vista do bitcoin existem há algum tempo fora dos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, e falharam em atrair o interesse de grandes investidores". Por isso, eles não veem indícios de uma situação diferente nos EUA.
"Os fundos de bitcoin em geral, incluindo fundos baseados em futuros e lastreados fisicamente, atraíram pouco interesse dos investidores desde o segundo trimestre de 2021, também não conseguindo se beneficiar das saídas de investidores de ETFs de ouro no ano passado", avalia o relatório.
Para o JPMorgan, os ETFs de preço à vista oferecem uma forma mais direta e segura de ter exposição à criptomoeda, muitas vezes eliminando complexidades em torno da custódia direta e transferência desse ativo, além de reduzir um risco associado aos fundos de contratos futuros.
"Os ETFs à vista são mais propensos do que os ETFs baseados em futuros a refletir a oferta e a demanda em tempo real, e sua aprovação nos Estados Unidos traria mais liquidez e aumentaria a transparência dos preços nos mercados à vista de bitcoin", pondera o banco.
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