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Já existem quase 20 mil criptomoedas: como escolher em qual investir?

Especialistas do universo cripto pontuam critérios essenciais para seguir na hora de escolher a criptomoeda ideal para você

Já são mais de 19.500 criptomoedas disponíveis no mercado (dulezidar/Getty Images)

Já são mais de 19.500 criptomoedas disponíveis no mercado (dulezidar/Getty Images)

Desde a criação do bitcoin, a primeira criptomoeda do mundo, muita coisa mudou no universo da tecnologia blockchain. 13 anos depois, existem quase 20 mil opções de moedas digitais para investir.

Atualmente em 19.507, de acordo com dados do CoinMarketCap, este número cresce dia após dia. Com tantas opções, pode ficar difícil escolher qual oferece um projeto seguro, conciso e que se encaixa no seu perfil.

Além da quantidade, há também a variedade: entre as criptomoedas tradicionais, as finanças descentralizadas (DeFi), jogos em blockchain e metaverso são apenas alguns dos setores em que as famosas moedas digitais podem atuar.

Mas na hora de colocar dinheiro em um projeto, é importante ter em mãos todas as informações necessárias para descobrir se aquela criptomoeda é a ideal para você. Por isso, de acordo com Taynaah Reis, CEO da Moeda Semente, é aconselhável pesquisar bastante sobre ela.

Fazer a leitura do white paper, um documento escrito pelos desenvolvedores que detalha o projeto, é essencial. Além disso, ler documentos relacionados ao plano de negócios e cruzar essas informações com as divulgadas em canais de comunicação como Discord, Twitter e Telegram pode ser importante, de acordo com Taynaah.

(Mynt/Divulgação)

Em entrevista à EXAME, a executiva revelou sua lista de perguntas que precisam ser respondidas na hora de confiar em uma criptomoeda:

• As metas parecem realistas?
• A tecnologia utilizada é de código aberto?
• Quais os casos de uso que pretende atender?
• O que outros investidores estão dizendo sobre isso?
• Há alguma bandeira vermelha levantada?
• Qual o roteiro para atualizações e novos recursos?
• Há interoperabilidade entre outras plataformas?
• O time tem expertise de mercado para execução do que foi planejado?
• Quais são os concorrentes?

Para Taynaah, as métricas também são importantes, então procure saber:

- Métricas financeiras
• Qual o modelo econômico utilizado e a distribuição inicial do token?
• Qual o valor total de mercado?
• Qual a liquidez e volume?
• Em quais exchanges ou plataformas o token está listado?
• Possui mecanismos de controle de demanda e oferta?

- Métricas on-chain
As métricas on-chain são aquelas que podem ser observadas analisando os dados fornecidos pelo blockchain.

• Contagem de transações.
• Valor da transação.
• Endereços de carteiras digitais ativos.
• Taxas de hash e o valores de processamento.

Já Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management, acredita que o principal é a aplicabilidade do projeto, pois caso ele não tenha nenhum, estará fadado a viver dependente da própria comunidade e seu hype.
“Eu acho que o primeiro critério para escolher um projeto de cripto é que esse projeto tenha, de fato, uma aplicabilidade na resolução de um problema da vida real. Só nesse filtro, já cortamos vários projetos”, disse.

“Para que servem a shiba, o meme, outras coisas? Há projetos que são muito vinculados ao efeito de comunidade e publicidade. Você dá incentivos para as pessoas virem para o projeto, que às vezes fica grande, mas não tem muita razão de existir além dos incentivos. Isso acontece muito”, explicou Alexandre, citando as criptomoedas inspiradas em memes, como dogecoin e shiba inu, que se apoiaram no meme de um cachorro para conquistar a devoção de investidores. Entre eles, está o bilionário Elon Musk, defensor da criptomoeda dogecoin e apelidado de “Dogefather”.

“Passando da camada da aplicabilidade, eu acho que a gente também tem que pensar em cenário econômico”, acrescentou Alexandre, explicando que “nem todos os projetos de cripto são iguais”.

“Alguns são mais sensíveis – por exemplo, ao ciclo de crédito ou ciclo de aperto de juros. Outros são projetos que têm até uma antifragilidade, podendo preservar mais valor em momentos de maiores adversidades”, afirmou à EXAME.

Responsável por alguns dos maiores ETFs de criptoativos do Brasil, a QR Asset Management lida com a seleção dos melhores ativos para compor seus índices. Com a intenção de oferecer segurança e rentabilidade ao investidor que escolhe os fundos de investimento como sua modalidade de investimento nas criptomoedas, os critérios de escolha são muito importantes para a empresa.

Em um momento de queda generalizada do mercado, Alexandre pontua que “o importante é ter um horizonte de investimento mais longo”. E sua recomendação para a pessoa que tem um investimento de horizonte mais curto, seria “estar em um projeto de maior qualidade e liquidez”.

“Nós tivemos um movimento bastante forte nos mercados que está tendo um impacto por conta de juros. Para quem puder esperar alguns anos, é hora de ir às compras. Há projetos interessantes por um preço que eu acho, agora, muito mais racional”, concluiu.

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