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Itaú: extensões do ChatGPT podem "virar a internet de ponta-cabeça" e gerar oportunidades

Relatório acredita que plugins da inteligência artificial para navegadores poderão aumentar utilidade da ferramenta

Plugins do ChatGPT podem mudar funcionamento da internet (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Plugins do ChatGPT podem mudar funcionamento da internet (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de maio de 2023 às 17h07.

Última atualização em 29 de maio de 2023 às 11h31.

A OpenAI, empresa responsável pela criação e desenvolvimento do ChatGPT, lançou nas últimas semanas os primeiros plugins para a ferramenta - extensões que permitem o seu uso durante a navegação no Google Chrome e o Microsoft Edge. E, para o Itaú BBA, esses recursos têm o potencial de "virar a internet de ponta-cabeça".

Em um relatório do banco, analistas afirmam que o modelo de plugins da OpenAI "muito provavelmente vai gerar uma disrupção na internet como conhecemos", trazendo mais simplicidade, eficiência e agilidade para uma série de operações que são feitas hoje em dia na internet.

"Nós estamos estupefatos com o poder dos plugins do ChatGPT para criar disrupções. Por isso, estamos começando a acreditar que a internet pode ser reescrita por meio de uma profunda mudança de hábitos" dos usuários, avaliam os analistas do banco. Nesse sentido, eles ressaltam que as disrupções "criam vencedores e perdedores", com oportunidades de investimento e necessidade de reavaliar algumas aplicações.

O relatório explica que os plugins "são ferramentas projetadas especificamente para modelos de linguagem com segurança como um princípio central, de acordo com o OpenAI. Eles ajudam o ChatGPT a acessar informações atualizadas, executar informações ou usar serviços de terceiros. A OpenAI está começando [a liberar os plugins] para um pequeno grupo de usuários e está planejando lançá-los gradualmente em uma escala maior".

Na visão dos analistas, os atuais modelos de inteligência artificial generativa podem ser úteis em várias tarefas, mas ainda são limitados, com restrições em especial em torno dos dados usados para treinamento, o que pode levá-los a desatualizações e imprecisões. No momento, eles avaliam que a maior inovação dessa tecnologia é "gerar textos".

Por isso, o Itaú BBA acredita que os plugins podem ser os "olhos e ouvidos" de modelos como do ChatGPT, "dando acesso a informações que são muito recentes, muito pessoais ou muito específicas para serem incluídas no dados de treinamento. Em resposta à solicitação explícita de um usuário, os plugins também podem habilitar modelos de linguagem para executar ações seguras e limitadas em seu nome, aumentando a utilidade do sistema".

Atualmente, já foram lançadas extensões desenvolvidas por empresas como Slack, Shopify, Zapier e KAYAK. Cada uma permite aplicar a inteligência artificial em atividades ligadas às suas áreas de atuação, ajudando a planejar viagens, gerar textos em conversas e outras aplicações.

Além disso, a própria OpenAI também incorporou dois plugins ao ChatGPT. O primeiro permite que a ferramenta acesse a internet em tempo real, tendo acesso a dados mais atualizados. Já o segundo é um "interpretador de códigos", melhorando seu desempenho na área.

Quais ações vão ser beneficiadas pelo ChatGPT?

Diante desse cenário, e reconhecendo a chance de errar diante de um setor "em seus primeiros dias", os analistas compartilharam duas recomendações de compra de ações e dois papéis para evitar, considerando os impactos do ChatGPT e seus plugins para os modelos de negócios de empresas.

As ações com recomendação de compra foram as da Nvidia e da Microsoft. No primeiro caso, os analistas acreditam que a fabricante de eletrônicos será beneficiada pela alta demanda por chips e GPUs, que são usados para treinar as inteligências artificiais.

Já no segundo, o relatório explica que, no momento, a única forma de investir na OpenAI é pela Microsoft, já que a gigante de tecnologia possui uma participação na empresa. "Se a OpenAI se tornar a próxima App Store da Apple - o lugar para conectar fontes de consultas específicas –, ela pode se tornar a próxima grande big tech, pelo menos em termos de utilidade. E como se se isso não bastasse, a Microsoft está reformulando seus produtos de produtividade", justificam os analistas.

As recomendações para evitar ações atingiram o Google e a Apple. Para o Itaú BBA, o primeiro pode ser prejudicado pelos impactos do ChatGPT na forma como os usuários realizam pesquisa na internet, o que cria uma necessidade da empresa se adaptar a esse novo cenário, o que pode não acontecer dependendo da velocidade dessas mudanças.

No caso da Apple, os analisas afirmam que "não podemos ignorar o fato de que a economia dos aplicativos pode sofrer uma mudança significativa. Por que você usaria o aplicativo OpenTable se o ChatGPT oferece a mesma funcionalidade com um contexto muito mais rico?". Essas mudanças podem acabar prejudicando a empresa, que tem parte do seu faturamento ligado ao recebimento dos ganhos de companhias com aplicativos oferecidos na App Store.

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