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Investir em criptomoedas pequenas vale a pena? Entenda por que a resposta é não

Foco de investimento em criptomoedas "baratas" é utilizado por muitos investidores em busca do "novo bitcoin", mas pode não valer a pena

Sol é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

Sol é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)

Felippe Percigo
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 12 de agosto de 2023 às 11h00.

Já ouviu falar dos caçadores de projetos cripto pequenos? Sim, eles estão à solta. Onde vivem, o que fazem, como se alimentam?

Brincadeiras à parte, eu me refiro àquela pessoa que, em geral, tem pouco dinheiro para investir e acha que só conseguirá montar uma carteira com moedas baratas.

Essas aparentemente “mega barganhas”, via de regra, estão associadas a projetos pequenos (fora do top 100 em diante): são criptos que podem valer frações de centavos de dólar. Quanto mais zeros depois da vírgula, mais o “caçador” se anima.

Conhecem aquela história: “a gente aceita o que acha que merece”? Pois bem, o texto desta coluna é para turbinar o seu senso de merecimento e garantir que você é, sim, digno de acumular os melhores ativos, mesmo sem muito dinheiro.

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Ouço sempre as pessoas falarem que estratégias como o DCA (Dollar-Cost Averaging), o rebalanceamento de carteira e a seleção de bons ativos funcionam só para quem já tem bastante capital. E isso não é verdade.

É muito normal iniciantes acharem que precisam começar com moedas baratas. Não tem problema nenhum pensar assim quando não se está familiarizado com o universo cripto. O problema vem depois, caso o iniciante insista em não aprender sobre o mercado.

Vamos então começar a entender os pesos e as medidas… Peguemos o bitcoin.

No momento em que escrevo esta coluna, ele está valendo US$ 29 mil e uns quebrados. Um entrante pode fazer uma conta básica e pensar, bom, não parece uma moeda que vai valorizar muito (“5 ou até 8 vezes talvez”, reflete ele) e, mais do que isso, não vai valorizar muito em um intervalo de tempo curto. O que ele faz? Vai atrás de um projeto pequeno. Esse projeto custa apenas alguns centavos e a pessoa espera que suba a US$1 (e rapidamente), por exemplo, o que lhe garantiria uma boa multiplicação de capital.

O raciocínio até parece fazer sentido, mas a questão é: a probabilidade de você comprar um projeto pequeno e acertar em cheio naquele que realmente vai explodir é muito pequena.

O que você precisa entender é que não importa se o preço da criptomoeda é alto ou baixo. Se for mais alto, isso não significa que vá subir menos, assim como o preço mais baixo não indica que a cripto vá subir mais. Não é assim que funciona. Está na hora de resetar esse pensamento.

Na linha desse tipo de “lógica”, uma outra dúvida comum dos meus alunos e seguidores nas redes é saber se o Ether pode chegar, de uma hora para outra, ao mesmo preço do Bitcoin simplesmente porque tem um hype grande por trás da rede.

No momento em que escrevo, o Ether está valendo cerca de US$ 1.840 e o Bitcoin pouco mais de US$ 29 mil, como falei. Para que a cripto da rede Ethereum chegasse agora ao valor do Bitcoin, teríamos que ver uma injeção de capital insana no Ether, jorrando de tudo quanto é lado, para fazê-lo disparar. Acontece que, para o Ether ver uma entrada descomunal assim de dinheiro, outras criptos, incluindo o Bitcoin, também veriam entrada de capital. A roda do mercado de criptomoedas gira dessa maneira.

Quando você entende o movimento natural do mercado, começa a pensar diferente e os projetos pequenos vão ficando cada vez menos atraentes.

Para um olhar à primeira vista, existem algumas variáveis fundamentais a que o investidor deve estar atento: a capitalização de mercado, o fornecimento máximo e o fornecimento circulante da criptomoeda, que se refere ao número de moedas que estão circulando no mercado e nas mãos do público em geral..

A capitalização de mercado de um ativo digital, grosso modo, é todo o dinheiro injetado nele. É o resultado da multiplicação do fornecimento circulante pelo preço atual. Esses números podem ser vistos no site CoinMarketCap, uma das fontes de consulta mais relevantes na criptoesfera.

Se você olhar lá, o bitcoin atualmente tem pouco mais de US$ 575 bilhões de market cap. Já o ether, pouco mais de US$ 222 bilhões.

Em um cálculo jurássico, o ether teria mais do que dobrar sua capitalização de mercado para se aproximar do bitcoin. Caso conseguisse, o ether passaria, então, supostamente, a valer mais do que o dobro de hoje, arredondando lá pelos US$ 4 mil.

Vemos que, mesmo duplicando o market cap da cripto da Ethereum, o valor da moeda não chegaria nem perto do bitcoin. Por quê?

Porque agora entram na equação as outras variáveis. O Bitcoin tem hoje fornecimento circulante, ou seja, uma quantidade de moedas em circulação em torno de 19.450.000 unidades e seu fornecimento não poderá passar dos 21 milhões de unidades no total, uma regra criada pelo suposto autor do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.

Já o ether tem mais de 120 milhões de unidades em circulação, cerca de seis vezes a do Bitcoin, e seu fornecimento máximo não é fixo como o do Bitcoin, o que muda completamente a história.

Sugiro que vocês estudem e se aprofundem nessas métricas, porque o processo de avaliação é o mesmo para todas as criptomoedas.

Vamos analisar rapidamente a cripto MATIC, da Polygon, um projeto que não é pequeno e apresenta, na minha opinião, um ótimo potencial de valorização. MATIC é a 11ª maior criptomoeda em market cap.

Hoje, ela está custando cerca de US$ 0,66, mas em 2021 bateu aproximadamente US$ 2,92. A capitalização de mercado da MATIC chegou a superar os US$ 20 bilhões e atualmente está no entorno de 6 bilhões. Eu acredito que, no próximo ciclo de alta, pode alcançar os US$ 100 bilhões. Estamos falando de uma valorização de 16 vezes.

Agora eu te pergunto: sabendo desse potencial de upside de uma cripto que está entre as maiores do mercado você ainda vai querer se aventurar em um projeto pequeno? É muito arriscado!

Se você for descendo o scroll na listagem das criptomoedas no CoinMarketCap, vai encontrar moedas por míseros centavos, mas muita coisa lixo e sem futuro algum.

Te dou um exemplo do risco a que os investidores estão suscetíveis: a moeda Moonriver (MOVR), que hoje é a 431 do ranking (lembrando que os dados são do momento em que escrevo), está custando US$ 5, mas já chegou a valer US$ 495 em novembro de 2021 e teve market cap de quase US$ 1 bilhão. Era considerada na época muito promissora, mas foi sendo perdida de vista. Se criptos como essa já enfrentam dificuldades, imaginem aquelas de centavos.

Concorda que é melhor optar por ativos entre os top 50/100 para ganhar dinheiro com consistência e mais segurança?

Pode ser que, na próxima temporada de alta, muitas dessas moedas lá de trás do ranking tenham o seu momento ao sol de alguma forma, valorizem um pouco mais. No entanto, a decisão mais sensata é não optar por virar um apostador e, sim, mirar no longo prazo e melhorar o portfólio acumulando bons ativos em uma carteira balanceada, com projetos sólidos.

Caso queira especular, tudo bem, pode separar 1% ou 2% do portfólio para se arriscar em projetos pequenos, mas consciente do que está fazendo. Não jogue o seu dinheiro no lixo!

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