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Investimento de longo prazo nas criptomoedas continua promissor apesar de quedas, diz CEO da Hashdex

Marcelo Sampaio citou alguns agravantes internos do mercado cripto que pioraram os efeitos macroeconômicos, mas disse que o desenvolvimento tecnológico mira um futuro promissor

 (Reprodução/Unsplash)

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Cointelegraph Brasil

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Publicado em 24 de junho de 2022 às 18h49.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 18h54.

Em entrevista à coluna E-investidor, o CEO da gestora brasileira Hashdex, Marcelo Sampaio, avaliou o atual momento de baixa no mercado financeiro, que atingiu de maneira mais forte o mercado de criptomoedas nos últimos meses, o que, para muitos, já configura um "inverno cripto".

Na opinião do executivo, o mercado de criptoativos está pressionado por fatores externos agravados por eventos internos do setor, embora o desenvolvimento tecnológico permita uma perspectiva positiva de longo prazo, ainda que o sentimento de pânico possa causar novos estragos no mercado de criptomoedas.

Sampaio ressaltou que o momento é desafiador em razão dos fatores externos às criptomoedas, uma vez que a inflação continua crescendo e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos começa a ser qualificada como inevitável na visão da ampla maioria dos especialistas. O que deve prolongar o arrocho monetário de Federal Reserve System (Fed), o banco central dos Estados Unidos, na forma de novos aumentos na taxa de juro.

A aversão ao risco, por si só, colocou o mercado de criptomoedas no olho do furacão na medida em que grandes investidos liquidam suas posições em busca de investimentos considerados menos arriscados, o que foi piorado por questões internas no universo cripto elencadas pelo executivo.

Entre as questões endógenas do ecossistema das criptomoedas que pioraram os efeitos macroeconômicos sobre o setor, Sampaio citou o colapso do protocolo do Lunc, antigo Terra, responsável por perdas diretas de mais de US$ 40 bilhões dos investidores, efeito que se irradiou negativamente do mercado de criptomoedas e que impactou, inclusive, na queda do bitcoin, na ocasião.

Outro agravante interno relacionado a problemas com players do mercado cripto citado pelo CEO da Hashdex foi o congelamento ou limitação de saques em grandes plataformas em meio à crise de liquidez, entre elas a Celsious Networks e a Babel Finance, além da gestora Three Arrows Capital que também limitou resgates em fundos e causou preocupação nos investidores.

(Mynt/Divulgação)

Marcelo Sampaio acrescentou que é muito difícil prever até quando vai o inverno cripto e disse que muita “coisa feia” ainda pode acontecer, citando a existência de projetos que podem ser expostos ou alavancados, o que poderá resvalar no cenário de preços.

Ele também lembrou outros problemas inerentes ao setor, como os riscos de perda ou danificação de chaves, em relação às criptos armazenadas em hardware wallet, as carteiras de hardware, e e exposição a hacks, no caso de investidores que optam pelas hot wallets, as carteiras conectadas à internet.

Por outro lado, ele salientou que as boas notícias superam as más ao citar o desenvolvimento dos protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), em detrimento da quebra de empresas ou projetos centralizados. Para o executivo, o investidor de longo prazo não deve se preocupar com o momento atual, a exemplo de investidores de logo prazo do bitcoin que estão mantendo suas posições, esperando o momento certo de voltar a operar no mercado.

“Um dado muito legal é de que os investidores mais antigos de bitcoin, ether e dos blockchains mais estabelecidas, não estão vendendo. Eles estão comprando. Quem está vendendo são investidores mais recentes, que talvez estejam pegando seu primeiro ‘bear market’ ou ‘inverno cripto’ e reagindo mais efusivamente a essas circunstâncias”, disse o executivo acrescentando que é fã de investimento de longo prazo com exposição a criptos.

Ele ainda rechaçou os argumentos contrários às criptomoedas como reserva de valor argumentando que a correlação é conhecida e que as pessoas precisam olhar a longo prazo e citou episódios em que o bitcoin quebrou a correlação com os mercados tradicionais, entre eles o Brexit, a quebra da Grécia e o recorde da principal criptomoeda do mercado, em novembro do ano passado, em plena pandemia.

Marcelo Sampaio também se posicionou em favor do longo prazo no início de junho, quando o META11, um ETF de metaverso da Hashdex estreou na B3 ignorando a baixa do mercado e com foco na crescente digitalização do mundo real.

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