Hong Kong aprovou ETFs de bitcoin e ether pela primeira vez (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 29 de abril de 2024 às 16h25.
O próximo lançamento de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de preço à vista de bitcoin e ether em Hong Kong, previsto para a próxima terça-feira, 30, não abrirá o mercado para investidores na China continental, de acordo com o analista de dados da Bloomberg Jack Wang.
Após a aprovação de Hong Kong para os ETFs das criptomoedas, três grandes gestoras de ativos da China - China Asset Management, Harvest Global Investments e Bosera - anunciaram o lançamento dos seus fundos por meio de suas subsidiárias em Hong Kong.
Embora as emissoras de ETF tenham laços estreitos com a China continental, elas não serão capazes de oferecer exposição ao bitcoin ou ether aos investidores do país. "Os cidadãos chineses do continente não poderão participar dos ETFs", disse Wang.
Ele citou uma declaração do Conselho de Estado chinês emitida em setembro de 2021 que indicava que nenhuma instituição financeira está autorizada a criar contas, transferir fundos ou fornecer compensação para quaisquer transações relacionadas a criptomoedas.
"Então, mesmo para um ETF de criptomoeda baseado em futuros listado em Hong Kong — eu realmente tentei fazer uma negociação — os corretores simplesmente rejeitaram diretamente a negociação", afirmou Wang, acrescentando que os investidores chineses não terão contato com esse novo produto no curto prazo.
Ele também expressou confiança de que o lançamento de ETFs de bitcoin e ether em Hong Kong não terá impacto positivo no ambiente regulatório na China continental e não abrirá o mercado de criptomoedas para investidores chineses. "Eu diria que é 100% certo que isso não vai acontecer", disse o analista.
De acordo com Thomas Zhu, chefe de ativos digitais na China Asset Management, com sede em Hong Kong, a elegibilidade de investidores chineses do continente para adquirir ETFs de criptomoedas em Hong Kong depende da "promulgação de modificações regulatórias futuras".
"No que diz respeito a outros produtos, a partir de 2014, os reguladores do continente e de Hong Kong fizeram um esforço conjunto para estabelecer a Conexão de Ações do Continente e de Hong Kong. Com esses links de negociação, os investidores do continente podem negociar diretamente ações e ETFs de Hong Kong elegíveis", disse Zhu.
A expectativa era de que o investimento potencial de chineses nos ETFs de bitcoin e ether de Hong Kong resultasse em uma demanda bilionária pelos ativos. Agora, porém, esse cenário parece pouco provável no curto prazo.
Em meio ao crescente otimismo sobre o próximo lançamento de ETFs de criptomoedas em Hong Kong, o analista da Bloomberg James Seyffart destacou que os ETFs de bitcoin nos Estados Unidos têm mais ativos do que todos os ETFs em Hong Kong.
"O mercado de ETFs dos EUA tem quase US$ 9 trilhões em ativos — isso é trilhão com 'T'. Todo o mercado de ETFs de Hong Kong é de cerca de US$ 50 bilhões. Os ETFs da China continental são cerca de US$ 325 bilhões. Estamos falando de diferenças em ordens de magnitude em tamanho e impacto", escreveu Seyffart.
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