Bitcoin valorizou mais de 100% em 2023 (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 11h56.
A alta de mais de 10% do bitcoin na última segunda-feira, 23, com o ativo voltando a superar a casa dos US$ 30 mil foi majoritariamente positiva para os investidores desse mercado. Entretanto, alguns investidores que apostavam que a criptomoeda não superaria essa barreira tão cedo acabaram tendo perdas milionárias.
Dados reunidos pela plataforma CoinMarketCap apontam que, apenas na segunda-feira, esses investidores tiveram uma perda de cerca de US$ 310 milhões (aproximadamente R$ 1,5 bilhão, na cotação atual). E as causas desse prejuízo estão ligadas a uma prática tradicional do mercado.
A partir do chamado mercado de preços futuros, ou derivativos, os investidores conseguem negociar contratos de preços de um determinado ativo, como o bitcoin. Neles, é possível determinar acordos de que, caso o ativo chegue ou não a um determinado preço em um determinado momento, um dos lados da negociação ganhará o valor definido no contrato.
Os contratos negociados envolvendo uma projeção contrária a um determinado patamar de preço, na prática uma aposta de que o ativo cairá ou permanecerá lateralizado, envolvem o chamado "short". E foram essas opções que acabaram sendo liquidadas nesta semana.
Com isso, investidores que não esperavam que o bitcoin fosse superar a casa dos US$ 30 mil e chegar a um nível de preço acima de US$ 34 mil acabaram tendo as suas opções liquidadas, resultando em um prejuízo milionário. Na semana passada, algumas posições também foram liquidadas, em um mesmo fenômeno.
O mercado, que já vinha em uma escalada de otimismo em relação ao ETF de bitcoin à vista, estaria “subcomprado”, de acordo com Lucas Josa, analista da Mynt, plataforma de criptoativos do BTG Pactual.
“O bitcoin rompeu a casa dos 32 mil dólares após o CUSIP - um CUSIP é um código numérico ou alfanumérico de nove caracteres que identifica exclusivamente um título financeiro norte-americano com a finalidade de facilitar a compensação e liquidação de transações - e o ticker do ETF da BlackRock serem divulgados”, disse ele à EXAME.
Já existem diversas solicitações de ETFs de bitcoin à vista nos EUA sob a análise da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), mas o da BlackRock é o que mais anima investidores. Com mais de US$ 8,5 trilhões em ativos, a gestora é a maior do mundo atualmente.
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