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Investidor movimenta bitcoins após cinco anos e tem lucro de R$ 210 milhões

Transferência foi identificada por empresa e revelada nas redes sociais, mas ainda não se sabe se o montante foi vendido

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 14h33.

Um investidor desconhecido reativou uma carteira digital após deixar uma quantia de 2.100 bitcoins parados desde outubro de 2017. Com isso, quase cinco anos depois, o dono da carteira possui agora um lucro de US$ 44,5 milhões (mais de R$ 213,17 milhões, na cotação atual) que poderá ser realizado.

A movimentação foi detectada pela empresa de análise de mercado PechShield, que costuma monitorar endereços em redes blockchain em busca de possíveis movimentações de criptoativos que sejam suspeitas ou então chamem a atenção pelo alto valor, como a que ocorreu com a carteira "adormecida".

De acordo com a PeckShield, a carteira digital recebeu os 2.100 bitcoins em 19 de outubro de 2017 e, desde então, não registrava nenhuma outra movimentação de ativos. Entretanto, na última segunda-feira, 18, o endereço foi reativado e as unidades da criptomoeda foram transferidas para uma outra carteira digital.

Na época da aquisição, os ativos estavam cotados em US$ 11,8 milhões no total. De 2017 a 2023, a maior criptomoeda do mercado passou por sucessivos ciclos de valorização e perdas, mas acabou acumulando um saldo positivo. Com isso, os ativos foram avaliados agora em US$ 56,3 milhões, aproximadamente.

Lógica de longo prazo

Apesar da movimentação ter sido identificada, ainda não sabe o que o dono das carteiras fez com os bitcoins desde então. Por isso, ainda não é possível apontar que o lucro milionário foi "realizado", termo comum no mercado financeiro para se referir à venda de ativos com uma margem de lucro.

Graças à tecnologia blockchain, é possível identificar as movimentações, já que todas as operações nas redes precisam ser aprovadas e acabam se tornando públicas. Ao mesmo tempo, a identificação do dono de cada carteira é mais complexa, demandando um trabalho de investigação mais profundo.

Além disso, não há como saber se a intenção do investidor efetivamente é a de vender os bitcoins e realizar o lucro. Em geral, o "despertar" de carteiras digitais resulta em dois movimentos. O primeiro é a realização do lucro a partir da venda do ativo, enquanto o segundo é a mudança de endereço, mas manutenção dos ativos.

Esse segundo movimento está ligado a uma lógica de investimento de longo prazo. Nela, o investidor costuma ignorar volatilidades de curto prazo no preço do ativo e se concentrar em uma tese de valorização de longo prazo, o que justificaria manter os ativos investidos mesmo em casos de lucro significativo.

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