Interesse de mulheres por cripto aumenta (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 7 de março de 2023 às 07h47.
No dia 2 de março, a Receita Federal (RF) atualizou seus dados sobre o mercado de criptomoedas referentes a janeiro deste ano. O número de operações realizadas por mulheres foi o segundo maior desde agosto de 2019, com 25,87% das movimentações feitas pelo público feminino.
Os dados publicados pela Receita Federal são coletados através das declarações emitidas sob a forma da Instrução Normativa 1888. Entre dezembro de 2022 e janeiro deste ano, o número de investidores cresceu 48,1%. O relatório não diferencia, porém, não divide os investidores entre homens e mulheres nos cadastros, apenas nas operações.
A maior participação feminina nas transações com criptomoedas, desde agosto de 2019, ocorreu em dezembro do ano passado, quando 27,26% das operações foram realizadas por mulheres. Em janeiro deste ano, a métrica caiu para 25,87%. De qualquer forma, mais de um quarto das movimentações foram feitas por investidoras.
A diferença entre os valores das operações realizadas por homens e mulheres, no entanto, é maior. Ao todo, as operações feitas por investidoras representam 17,17% dos US$ 14,8 bilhões movimentados em janeiro.
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, acredita que a presença de mulheres investidoras no mercado cripto crescerá ainda mais no longo prazo. Por enquanto, contudo, a maioria dos traders são do sexo masculino, o que justifica a diferença nos valores movimentados. Os comerciantes peer-to-peer, ou P2P, também influenciam essa disparidade.
Usando dados da Coinext, Ribeiro ressalta outra característica do público feminino investindo em criptomoedas: o ticket médio inicial 1,4 vez maior. “Isso é um indicador de que, quando a mulher entra nesse mercado, ela já estudou e toma uma decisão mais aprofundada, e isso justifica o ticket maior”, avalia o CEO da Coinext.
No mercado de ativos de risco tradicional, como a B3, essa diferença do ticket médio inicial é ainda maior: os aportes das mulheres são 6,5 vezes maiores. “Esse é mais um dado que aponta a certeza nas decisões de investidoras quando decidem entrar em um mercado”, completa Ribeiro. Além disso, o crescimento das operações feitas pelo público feminino na Coinext foi até maior em janeiro do que o geral relatado pela Receita Federal, beirando os 30%.
Mais uma vez utilizando dados da exchange, o CEO da Coinext aponta que entre janeiro e fevereiro deste ano, houve um aumento no número de mulheres negociando stablecoins, as criptomoedas de valor estável que podem acompanhar o preço de outros ativos, como o dólar e o ouro. A preferência por ativos digitais mais estáveis tem superado a busca por criptomoedas mais voláteis, como bitcoin e ether.
“São dados importantes e que mostram um lado menos especulativo das mulheres no mercado cripto. Elas têm buscado, principalmente, USDT e USDC como forma de exposição a uma moeda mais forte que o real, como é o caso do dólar”, conclui José Artur Ribeiro.
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