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Inteligência artificial é prioridade de investimento para 73% das empresas

Pesquisa realizada pela consultoria Accenture mostra que líderes de corporações veem tema como essencial para resiliência operacional

Inteligência artificial tem ganhado espaço nas empresas (Reprodução/Reprodução)

Inteligência artificial tem ganhado espaço nas empresas (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de maio de 2023 às 15h40.

A grande popularidade da inteligência artificial não é um fenômeno apenas entre usuários. Uma pesquisa da Accenture compartilhada com exclusividade com a EXAME mostra que 73% das empresas em todo o mundo passaram a ver o tema como uma prioridade de investimentos.

A pesquisa também mostra que o interesse é ainda maior entre os líderes de empresas, também conhecidos como C-levels, com 90% dos entrevistados considerando a tecnologia como essencial para melhorar suas resiliências operacionais. Por isso, as experimentações com IAs generativas, popularizadas com o ChatGPT, devem ganhar cada vez mais espaço.

A pesquisa da Accenture comparou com os investimentos em inteligência artificial com outras tecnologias ligadas aos investimentos digitais. As IAs tiveram ampla vantagem, sendo vistas por executivos como importantes em um "ambiente sem precedentes", na avaliação da consultoria.

O relatório também mostra que a tecnologia já está sendo ou será aplicada em áreas de recursos orientados a dados, como finanças e cadeia de suprimentos. Entre os líderes entrevistados, 89% e 88%, respectivamente, já aplicam inteligência artificial nesses segmentos ou pretendem aplicar.

A Accenture avaliou as empresas entrevistadas em seis critérios para medir a maturidade na adoção da tecnologia: dados, processos, talento, colaboração e experiências dos acionistas. Apenas 9% alcançaram maturidade em todas as áreas, mas esse grupo registrou margens operacionais 1,4 vezes maiores que a de parceiras, também, gerando inovações mais rápidas, mais sustentabilidade e elevando níveis de satisfação de clientes. Ao mesmo tempo, 18% das empresas estão no menor nível de maturidade.

Para Yusuf Tayob, diretor-executivo da Accenture Operations, "todos os CEOs estão sob pressão para digitalizar mais rapidamente, colocar mais resiliência nos negócios e encontrar novos caminhos para o crescimento. Os investimentos certos em tecnologia, ao mesmo tempo em que promovem talentos, dados e processos, são o que impulsiona uma nova fronteira de desempenho".

Um ponto destacado pela Accenture na implementação de inteligência artificial é a realização de treinamentos dos funcionários para a tecnologia, ajudando a desenvolver habilidades especializadas. Empresas que adotaram essa estratégia tiveram uma produtividade quase três vezes maior.

Outros dois focos citados no estudo são no desenvolvimento de novas formas de trabalho, citadas por 94% dos entrevistados, e no aumento de talento especializado e técnico nos próximos três anos, citado por 90% dos entrevistados com cargos de COO, CIO e CHRO. A pesquisa entrevistou 1,7 mil executivos de 12 países e 15 setores da economia.

Como usar inteligência artificial em empresas?

Na visão da Accenture, a concretização do potencial da inteligência artificial depende de cinco ações por parte das empresas. A primeira é explorar "novos casos de uso para aprimorar os resultados relacionados à experiência e simplificar as relações com funcionários e clientes".

Em seguida, há a "determinação dos dados", que envolve definir "uma estratégia clara que administre como os dados são criados, coletados e enriquecidos, incentivando o debate e removendo vieses para capturar os insights mais eficazes para orientar a tomada de decisões".

A consultoria também recomenda inovar processos ao aplicar insights orientados por inteligência artificial, identificando novas eficiências e possíveis mudanças. Ela acredita que será preciso, ainda, criar uma "agilidade na estratégia de força de trabalho", capacitando funcionários e entregando as melhores ferramentas tecnológicas.

Por fim, a Accenture afirma que será preciso adotar uma "abordagem 360°", impulsionando " criação de valor de forma holística, construindo-a desde o início e em todas as funções usando insights orientados por dados de clientes, funcionários e outros parceiros do ecossistema".

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