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Integração entre blockchains pode movimentar US$28 bilhões, diz estudo

Segundo um relatório da Crypto.com, integração entre blockchains desbloqueia a inovação, aumenta a segurança e velocidade de rede, traz custos de transação mais baixos e melhora a privacidade

Corretora ainda destaca o potencial de três criptomoedas (EDUARD MUZHEVSKYI / SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Corretora ainda destaca o potencial de três criptomoedas (EDUARD MUZHEVSKYI / SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

Cointelegraph Brasil

Publicado em 15 de março de 2022 às 10h30.

À medida que as criptomoedas ganham cada vez mais adoção, a demanda por transações entre cadeias de blockchain cresce junto com o mercado. Estima-se que o valor total bloqueado (TVL) nos principais protocolos de finanças descentralizadas que atuam como pontes do Ethereum aumentou mais de 120%, de US$ 137 bilhões para US$ 302 bilhões, entre maio e outubro de 2021.

A pesquisa “Em busca da interoperabilidade: um panorama do mercado de cadeia cruzada”, realizada pela Crypto.com, aponta que há soluções em desenvolvimento para permitir o compartilhamento de informações, como tokenscontratos inteligentes e outras formas de armazenamento de dados, entre os blockchains (interoperabilidade) que podem liberar mais de US$ 28 bilhões.

A exchange destaca que embora as blockchains ainda sejam consideradas uma tecnologia nova, milhares de blockchains públicas e privadas já existem hoje, mas muitas delas, no entanto, estão isoladas com diferentes infraestruturas tecnológicas, regras e modelos de governança.

Assim, a Crypto.com aponta que uma transferência direta de bitcoin para o blockchain Ethereum para tirar proveito de seus aplicativos DeFi ou ether para um novo blockchain promissor, como Terra ou Avalanche, é impossível devido a tecnologias incompatíveis e padrões de token.

"A falta de interoperabilidade é um problema crescente e em evolução. No entanto, a conexão é chave para uma rede blockchain descentralizada e fundamental para o caminho da Web 3.0", destaca

Cosmos, Polkadot e Avalanche

Nesta linha, em busca de atender a necessidade de interoperabilidae, a Crypto.com, destaca a Cosmos, Polkadot e Avalanche, que surgiram para resolver a falta de interoperabilidade em um menor nível de infraestrutura e introduzir escalabilidade onde simples pontes não conseguem realizar.

"O crescimento da adesão dessas soluções também se refletem nas mudanças de seus valores de mercado. A capitalização de mercado de suas moedas nativas, a ATOM da Cosmos, a DOT da Polkadot e a AVAX da Avalanche, aumentaram 130%, 31% e 270%, respectivamente, de maio a outubro de 2021"

Além disso a empresa aponta que nesse movimento de interoperabilidade e novas soluções em blockchain, protocolos como Avalanche, Terra e Binance Smart Chain (BSC) estão gradualmente frustrando o monopólio da Ethereum, cuja participação de mercado do Ethereum reduziu de 98% em janeiro para 66% em outubro de 2021.

"O mercado parece se aproximar de um futuro multi-chain com as soluções de ponte e cross-chain facilitando transferências mais rápidas entre blockchains onde antes eram isolados. Em segundo lugar, a participação absoluta do mercado DeFi está crescendo à medida que a criptomoeda recebe cada vez mais atenção de grandes investidores", aponta a pesquisa.

A exchange destaca ainda que os dados de TVL mostram o crescimento do mercado já que o mercado de DeFi passou de US$10,5 bilhões em outubro de 2020 para surpreendentes US$93 bilhões em outubro de 2021.

Por que a interoperabilidade é fundamental?

“A interoperabilidade desbloqueia a inovação. À medida que os ecossistemas individuais crescem, eles desenvolvem seus próprios pontos fortes, como maior segurança, velocidade de rede mais rápida, custos de transação mais baixos, privacidade aprimorada e comunidades exclusivas. As pontes são importantes conexões porque permitem que os usuários acessem novas plataformas, protocolos para interoperar e desenvolvedores para construir novos produtos em conjunto”, comentou o Head de Growth da Crypto.com na América Latina, Marc Lebreton.

Ele explicou que, em primeiro lugar, a interoperabilidade melhora a produtividade e a eficiência de capital para ativos cripto existentes. As pontes permitem que os ativos de dados sejam transferidos para diferentes redes blockchain em vez de ficarem isoladas em seus ecossistemas nativos.

Por exemplo, a ponte Avalanche-Ethereum permite que os usuários enviem ether para o ecossistema em blockchain da Avalanche para staking ou para gerar rendimentos.

Em segundo lugar, ele destaca que a interoperabilidade abre as portas aos desenvolvedores para um maior público-alvo com incentivo para aumentar o alcance de seus produtos, desenvolvimento de novas funções, recursos e a extensão do uso e design para diferentes blockchains.

“Finalmente, a interoperabilidade estimula a inovação em direção à descentralização da tecnologia. Muitos usuários de cripto ainda dependem de entidades centralizadas para transferir ou converter seus ativos entre os ecossistemas. Enquanto isso é inevitável devido ao estágio de desenvolvimento do cripto e da blockchain, é preciso prosseguir avançando com a tecnologia para aumentar a estrutura de compartilhamento entre as blockchains para uma constante evolução”, afirmou Lebreton.

A empresa encerra o estudo afirmando que à medida em que se avança a um futuro multi-cadeia, alguns sinais devem ser acompanhados de perto como: a diminuição de participação de mercado DeFi da Ethereum pode indicar que os blockchains estão se tornando mais integrados, devido a um número maior de blockchains de contrato inteligente com alto TVL entrando na disputa e atraindo capital com rendimentos mais atraentes.

Além disso destaca que todos os olhos estão voltados para grandes projetos de 'Internet de Blockchains', como o Cosmos, Polkadot e Avalanche. Observando o TVL e o número de projetos lançados nestas plataformas, pode-se ter uma boa compreensão sobre o progresso das atividades em um nível mais infra-estrutural.

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