(Bloomberg/Getty Images)
O bitcoin vivenciou uma grande lateralização na última semana, que teve a maior volatilidade na última segunda-feira, 13, após os rumores de que a rede Walmart começaria aceitar a litecoin como forma de pagamento em suas plataformas. Os investidores ficaram empolgados com a notícia (e a possibilidade do aumento da adoção dos criptoativos) e o bitcoin chegou a ser negociado próximo dos US$ 48.900, entretanto, logo após a negativa de um porta-voz do Walmart, o criptoativo voltou ao preço antes do rumor ser noticiado, e encerrou a semana com 2,45% de alta.
Entretanto, logo na abertura desta semana o bitcoin e o mercado de criptoativos como um todo enfrentam uma forte pressão vendedora, que também atingiu os principais mercados do mundo, graças ao aumento da incerteza global causada pelo grande receio em relação a Evergrande, uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China, responsável por gerar indiretamente mais de 3,5 milhões de empregos ao ano.
A companhia que faz parte do Global 500, um ranking com as maiores empresas do mundo em geração de receita, aumentou o receio global de uma possível desaceleração econômica na China, principalmente após a Evergrande advertir mais uma vez a possibilidade de um calote em sua dívida de 300 bilhões de dólares, que são fruto de uma série de empréstimos que a companhia fez nos últimos anos para manter suas atividades em diversos setores.
Em suma, a incerteza causada pela Evergrande leva investidores do mundo todo a reduzirem as suas posições em ativos de risco, como ações, commodities e criptoativos.
A abertura dessa semana demonstrou uma forte pressão vendedora, com uma queda de 7,24% na madrugada de domingo pra segunda feira.
No gráfico diário, observamos o preço sendo pressionado abaixo da média móvel de 200 períodos (linha rosa), que era um importante suporte de sustentação da tendência de alta do curto prazo. O movimento comprador é definido por topos e fundos ascendentes e o preço formou um fundo perto dos US$44.000, um suporte muito importante para assegurar a possibilidade de continuidade da tendência (ainda que enfraquecida pela falta de drivers fundamentalistas nos últimos dias).
As próximas resistências (regiões que o preço pode enfrentar dificuldades de rompimento) foram traçadas no gráfico com a ferramenta das retrações de Fibonacci (proporções de correção em relação a um movimento de referência), sendo assim, a pernada de queda entre 14/04 (US$64.900) e 22/06 (US$28.800) é um movimento de referência (seta laranja). Nesse caso, as retrações que são resistências importantes se encontram em US$51.110,00 (61,8%) e US$56.380,00 (76,4%).
O preço segue com cenário indefinido de curto prazo, enquanto tecnicamente iremos passar por uma semana decisiva. A região dos US$42.445 é um importante suporte, que caso rompido pode levar a correções mais profundas.
O ether caiu aproximadamente 4,70% na última semana, sendo negociado a 0,06950BTC. O criptoativo continuou a sua correção da alta recente, o que pode ser considerado saudável, dado que o fundo anterior dos 0,06500BTC não foi perdido (o que poderia gerar aumento da pressão vendedora). O indicador de média móvel de 21 períodos se encontra com inclinação descendente, demonstrando aumento da pressão de queda, mas sem motivos ainda pra demais preocupações. No gráfico diário, seguimos acompanhando figura de pivô de alta para um novo movimento de impulsão após essa correção mais profunda. Utilizamos a figura citada para projetar alvos baseado em Fibonacci (objetivos de preço baseados no movimento anterior), com projeção de 100% em 0,08112BTC, e a projeção de 161,8% em 0,09116. O topo anterior em 0,08205BTC é também uma importante resistência.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual Digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.