Satoshi Nakmoto é o criador do bitcoin e da tecnologia blockchain (Janos Kummer/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 17 de julho de 2024 às 15h43.
O cientista da computação Craig Wright publicou um comunicado nesta quarta-feira, 17, em que admitiu publicamente que mentiu ao afirmar que era Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do bitcoin. A admissão ocorre após ele ser condenado no Reino Unido pela mentira.
O comunicado compartilha que a Justiça do Reino Unido declarou que Wright foi "desonesto" ao afirmar que seria Nakamoto, "mentindo para a Corte extensivamente e em repetidas vezes" e ainda "forjando documentos em larga escala" e os apresentando como evidência no julgamento.
Seguindo a decisão da Justiça, Wright declara que "não escreveu o white paper [documento básico] do bitcoin", "nunca foi o dono dos direitos autorais do white paper" e " não é a pessoa que adotou ou usuou o pseudônimo Satoshi Nakamoto entre 2008 e 2011".
Wright admitiu ainda que "não é a pessoa que criou o sistema Bitcoin" e "não é o autor das versões iniciais do software do bitcoin".
O processo contra Wright foi aberto pela Crypto Open Patent Alliance (COPA), uma organização sem fins lucrativos, depois que ele começou a processar diversos desenvolvedores do ecossistema cripto, acusando-os de violar os direitos autorais que ele teria em torno do ativo e da tecnologia blockchain por ser Nakamoto.
A identidade de Nakamoto é um dos grandes mistérios do mercado cripto. Até hoje, não se sabe se Satoshi era um homem, mulher, um único indivíduo ou até um grupo de pessoas.
Após criar o bitcoin e a tecnologia blockchain, Nakamoto chegou a fazer alguns pronunciamentos públicos antes do seu desaparecimento, abrindo margem para várias teorias sobre sua identidade. Alguns, inclusive, teorizam que ele poderia ser Steve Jobs, fundador da Apple.
Agora com a decisão, há a certeza de que Wright não foi o criador do projeto. A COPA alegava que ele não demonstrou ter as habilidades técnicas necessárias para ter criado o bitcoin. Ela contestou, ainda, as alegações do australiano de que possíveis testemunhas que confirmariam sua versão estão doentes ou morreram.