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Homem que diz ser criador do bitcoin afirma que perdeu R$ 250 bilhões na criptomoeda por "raiva"

Craig Wright enfrenta julgamento no Reino Unido em que tenta provar que é Satoshi Nakamento, o criador do bitcoin

Satoshi Nakamoto é o misterioso criador do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Satoshi Nakamoto é o misterioso criador do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 17h47.

O australiano Craig Wright segue enfrentando um julgamento no Reino Unido que pode comprovar que o cientista da computação não é Satoshi Nakamento, o criador do bitcoin. E na última quarta-feira, 14, Wright deu uma reposta que intrigou o mercado ao ser questionado sobre a sua incapacidade de acessar a quantia de bitcoins que estava em posse de Nakamoto, cujo valor pode chegar a R$ 250 bilhões.

Wright falou sobre o tema no último dia de questionamentos dos advogados da organização sem fins lucrativos Crypto Open Patent Alliance (COPA), que decidiu processar Wright para obrigar o cientista a provar que ele teria criado a criptomoeda e produzido o seu white paper, um texto base que "apresentou" o ativo ao mercado e explica seu funcionamento.

Os advogados questionaram especificamente uma afirmação de Wright de que ele teria destruído em 2016 o computador que continha as informações para acessar a carteira digital de Satoshi Nakamoto. Especialistas estimam que ela tem entre 600 mil e 1 milhão de unidades de bitcoin.

Wright disse que "não tinha muita clareza" sobre o episódio porque tinha acabado de voltar do hospital e estava sob efeito de sedativos, mas alegou que destruiu o material. "Eu sei que eu fui medicado e sedado. Estava cansado, chateado, com raiva, exagerei. Não se você já ficou com raiva, mas é difícil lembrar com detalhes".

Segundo o cientista, o computador foi jogado no chão, e Wright não descarta ter usado um martelo para destruir o equipamento. Entretanto, os advogados mostraram uma gravação em que Wright dá mais detalhes e demonstra ter certeza sobre como destruiu não um, mas dois computadores que dariam acesso à carteira digital.

Questionado sobre a diferença nas versões, ele disse apenas que estava "com raiava e chateado. Estou muito melhor depois de anos tentando controlar minha raiva. Não consigo explicar, sei que o destruí. Eu joguei um laptop no chão também".

O argumento de que destruiu o equipamento é usado por Wright para justificar o motivo de nunca ter conseguido movimentar a quantia bilionária de bitcoin. Também no julgamento, a irmã do australiano diz que acredita que ele é Satoshi Nakamoto pois o viu "vestido de ninja e em um quarto cheio de computadores e servidores".

Anteriormente, os advogados da COPA apresentaram provas de que diversos documentos usados por Wright como evidência de que ele criou o bitcoin eram falsos. O cientista afirmou que os erros encontrados mostravam, na verdade, que o material era verdadeiro, já que "se fossem falsos, eles seriam perfeitos".

A expectativa é que o julgamento termine na próxima semana. Além de afirmar que é Satoshi Nakamoto, Wright já processou diversos desenvolvedores do ecossistema cripto, acusando-os de violar os direitos autorais que ele teria em torno do ativo e da tecnologia blockchain.

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Quem é Satoshi Nakamoto?

A COPA alega ainda que Wright não demonstra ter as habilidades técnicas necessárias para ter criado o bitcoin. Ela contesta, ainda, as alegações do australiano de que possíveis testemunhas que confirmariam sua versão estão doentes ou morreram.

A identidade de Nakamoto é um dos grandes mistérios do mercado cripto. Até hoje, não se sabe se Satoshi era um homem, mulher, um único indivíduo ou até um grupo de pessoas.

Após criar o bitcoin e a tecnologia blockchain, Nakamoto chegou a fazer alguns pronunciamentos públicos antes do seu desaparecimento em 2011, abrindo margem para várias teorias sobre sua identidade. Alguns, inclusive, afirmam que ele poderia ser Steve Jobs, fundador da Apple.

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