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Historicamente ruim para o bitcoin, mês de setembro pode trazer 'surpresas positivas', diz analista

Fundamentos e dados indicam que o bitcoin está pronto para uma reversão de tendência, mas as incertezas do cenário macroeconômico se configuram como o maior desafio à maior criptomoeda do mercado

Setembro é o pior mês para o bitcoin em vários anos (Reprodução/Unsplash)

Setembro é o pior mês para o bitcoin em vários anos (Reprodução/Unsplash)

Cointelegraph Brasil

Cointelegraph Brasil

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 12h18.

Historicamente, setembro se caracteriza por consolidar velas vermelhas no fechamento mensal do bitcoin. No entanto, este ano, a primeira semana do temido "setembro vermelho" apresentou baixa volatilidade. O preço do bitcoin encerrou o domingo, 4, exatamente na faixa de US$ 20.000, registrando uma valorização de 2,27% em relação à semana anterior.

Apesar da alta semanal, a maior criptomoeda do mercado abriu o novo mês na mesma situação em que se encontrava no final de agosto: lutando para manter os US$ 20.000 como suporte – e falhando na maior parte do tempo. Tal comportamento sugere que a tendência momentânea do bitcoin segue sendo de queda.

(Mynt/Divulgação)

O cenário macroeconômico mantém-se desfavorável. As últimas notícias vindas da Europa evidenciam que a crise energética está se acentuando, pressionando ainda mais uma taxa de inflação que já se encontra em níveis historicamente altos.

O Índice do Dólar (DXY), que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de moedas fortes, segue quebrando máximas históricas. Nesta segunda-feira, 5, superou a marca de 110 pontos. Historicamente, o preço do bitcoin e o DXY apresentam uma correlação inversa.

Enquanto isso, a dominância do bitcoin vem caindo de forma praticamente constante desde junho e nestes primeiros dias de setembro atingiu seu nível mais baixo desde junho de 2018. Isso significa que o Bitcoin está perdendo participação no mercado para outros criptoativos.

Provavelmente não por acaso, a queda do bitcoin desde junho teve como contrapartida a alta do ether, à medida que a segunda maior criptomoeda do mercado prepara-se para a conclusão do The Merge nos próximos dias.

A atualização da rede Ethereum é com certeza o evento mais aguardado do ano – e quiçá da história – no mercado de criptomoedas e tem favorecido a valorização do ether em relação ao bitcoin.

Em uma análise exclusiva para o Cointelegraph Brasil, o fundador da Crypto Investidor, Diego Consimo, projeta um cenário favorável ao Bitcoin no médio prazo desde que o preço do BTC consiga sustentar o suporte na região do fundo local deste ciclo, mantendo-se acima de US$ 17.600:

"Historicamente o mês de setembro para o Bitcoin costuma ser o pior de desempenho desde sua origem, mas isso não quer dizer que não podemos ter surpresas positivas para o Bitcoin ainda esse mês. Se analisarmos o gráfico mensal podemos constatar que o topo do movimento de 2017 foi testado como suporte e segurou em U$17.600 em junho de 2022, além disso vemos que o preço está lateralizando na Média Móvel de 50 meses (linha verde do gráfico abaixo, que costuma marcar os fundos do BTC) e está realizando o teste do fundo do canal que vem desde 2013. Porém quando analisamos as curvas em azul vemos que o fundo da curva está posicionado em U$14.000."

    (TradingView)

    Ou seja, segundo Consimo, o que estará em jogo ao longo do mês de setembro será a confirmação ou não do fundo atual. Em caso de quebra do suporte nessa região, um teste em US$ 14.000 deve se tornar inevitável, afirma.

    No entanto, embora a configuração gráfica seja favorável e aponte para os US$ 40.000 como preço alvo em caso de sustentação dos níveis atuais, o cenário macroeconômico terá um papel preponderante nos rumos da maior criptomoeda do mercado no curto prazo, diz o analista:

    "Tomando como parâmetro apenas a análise técnica, eu diria que tudo indica que o preço do BTC segura acima dos U$17.600. Nesse caso, o próximo alvo de médio prazo seria a Média Móvel de 21 meses, que atualmente está em U$40.600."

    Embora inúmeras métricas on-chain também sustentem que US$ 17.622 deve se confirmar como o fundo do atual ciclo de baixa, a correlação com o mercado acionário tem sido uma constante ao longo do inverno cripto de 2022 e ainda pode perdurar, influenciando decisivamente a ação de preço do BITC, destaca Consimo:

    "Não podemos descartar a influência do mercado tradicional. O DXY e o Índice S&P 500 estão influenciando os movimentos do bitcoin e neste momento estamos verificando uma configuração delicada para o S&P 500, pois na última sexta feira tivemos um teste de fundo duplo em 3.900 pontos, com um toque na linha de tendência de alta destacada em azul no gráfico abaixo. Se o S&P 500 perder esse suporte de 3.900, provavelmente o Bitcoin irá segui-lo e testará os suportes de U$18.900, U$17.600 e U$14.000."

    (TradingView)

    Um alento para os traders é que a divergência baixista do DXY mais cedo ou mais tarde deve provocar uma retração do Índice do Dólar, que tende a beneficiar os ativos de risco, acredita o analista:

    "Por outro lado, o DXY está há várias semanas com uma divergência Bearish, indicando que seu movimento está perdendo força e deve reverter. Ou seja, estamos em um momento que para o S&P 500 e o Bitcoin reverterem é necessário que o DXY sofra uma correção."

    No final da tarde desta segunda-feira, 5, o par BTC/USD opera em baixa intradiária de 1,3% e está cotado a US$ 19.730, de acordo com dados do CoinMarketCap, em consonância com o Índice S&P 500, que fechou o pregão em baixa de 1%.

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