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Halving: agora que o evento já aconteceu, entenda como ele vai continuar impactando o bitcoin

Evento importante cortou a emissão do bitcoin pela metade na última sexta-feira, 19, mas ainda deve continuar impactando a criptomoeda no médio e longo prazo

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de abril de 2024 às 18h49.

Última atualização em 21 de maio de 2024 às 10h21.

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O halving do bitcoin aconteceu por volta das 21h da última sexta-feira, 19. Um dos eventos mais aguardados do ano no universo das criptomoedas, ele foi responsável por cortar a emissão do bitcoin pela metade. Depois disso, o preço da criptomoeda até subiu, mas ainda não cumpriu as expectativas mais otimistas de especialistas. Agora, como o halving pode continuar impactando o bitcoin?

Como parte da escassez programada por Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do bitcoin, o halving acontece uma vez a cada quatro anos e já serviu como catalisador do preço do bitcoin em outras ocasiões. Desta vez, ele dividiu expectativas de especialistas em relação ao tema.

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O bitcoin não disparou após o halving: o que aconteceu?

Por enquanto, o preço do bitcoin ainda não atingiu novas máximas conforme no passado, como esperam os investidores mais otimistas. De acordo com André Portilho, head de Digital Assets do BTG Pactual, o preço do bitcoin pode ser menos impactado desta vez.

“Já tivemos três halvings na história, no primeiro a recompensa caiu: de 50 para 25, depois de 25 para 12,5, e o terceiro reduziu de 12,5 para 6,25 bitcoins por bloco. Daqui a alguns dias vamos ver essa recompensa cair para 3.125 bitcoins por bloco. Isso vai dar uma redução diária de 450 bitcoins ou cerca de 30 milhões de dólares ao preço atual. No ano, temos algo perto de 11 bilhões de dólares”, mencionou André Portilho. O halving corta a emissão do bitcoin pela metade através da redução na recompensa de mineradores.

“É óbvio que essa diminuição da oferta tem impacto. Só que nesse caso, ao compararmos com os halvings passados, o efeito estatístico é muito menor. Estamos falando de US$ 30 milhões por dia em um mercado que negocia mais de US$ 100 bilhões apenas no mercado à vista e que já tem a maioria dos bitcoins minerados (19.6 milhões contra um total de 21 milhões)”, acrescentou.

“Olhando para os números, a redução na oferta nova de bitcoins em relação ao total já em circulação é cada vez menor. Então, o impacto do halving na oferta e, por consequência, no preço, é muito mais marginal do que no passado. Novamente, não estou dizendo que o efeito é zero, mas estatisticamente, é muito menos significativo”, concluiu o executivo.

"O halving do bitcoin é um evento significativo no mundo das criptomoedas que impacta diretamente a oferta e a demanda. Esse último halving que acompanhamos foi bem diferente dos anteriores devido a fatores como a aprovação de ETFs de bitcoin e a entrada de investidores institucionais. Todo esse contexto aumentou a negociação e a adoção geral do bitcoin, levando-o a atingir máximos históricos até mesmo antes do evento, uma mudança dos padrões observados em ciclos anteriores",  disse Thales Freitas, CEO da Bitso no Brasil.

"Essa evolução sugere uma resposta mais complexa e sofisticada dos participantes do mercado a tais eventos. Com o bitcoin superando várias vezes seu máximo histórico nas últimas semanas, é plausível antecipar um ciclo de alta para outras criptomoedas”, acrescentou o executivo.

Por outro lado, outros aspectos do bitcoin e do setor cripto como um todo podem ser impactados pelo halving, conforme sugerem especialistas ouvidos pela EXAME.

“Além do impacto no preço, o halving também estimula a inovação na mineração – pois leva os mineradores a otimizar o consumo de energia e aumentar o poder de mineração – aumenta o envolvimento da comunidade em torno de discussões construtivas sobre o ecossistema criptográfico e incentiva a adoção por novos investidores, que acabam por se interessar em aprender mais sobre criptomoedas e sobre como iniciar sua jornada com elas”, disse Fábio Plein, diretor regional para Américas da Coinbase.

“Para além de discussões de preço, e se o bitcoin vai ou não chegar a US$ 100 mil, US$ 200 mil ou US$ 1 milhão, podemos esperar mais desenvolvimentos importantes, como maior compreensão como um ativo financeiro semelhante ao ouro e outros ativos tidos como “flight to safety”, por parte das instituições financeiras e dos atores de mercado”, disse Eduardo Meyer, COO da FMI, empresa que atua no setor de mineração de criptomoedas.

Setores que podem ser impactados pelo halving

Com exclusividade à EXAME, Meyer revelou como acredita que o halving pode continuar impactando o setor cripto:

• A possibilidade de ser adotado como lastro, conforme previsto por figuras proeminentes já nos primeiros dias da criptomoeda, também é um ponto de atenção. O aumento no uso de pequenas unidades de bitcoin conhecidas como satoshis em transações diárias é outro aspecto que pode se popularizar, impulsionado por tecnologias como a Lightning Network e outras soluções de layer 2 (protocolos secundários sobre o blockchain do bitcoin). A utilização de satoshis já é lugar comum para nômades digitais e pessoas que vivem entre diferentes fronteiras.
• A facilidade de uso como meio de pagamento vem à reboque da adoção e popularização, com bancos favorecendo a conversão entre moeda fiduciária e bitcoin. O entrave inicial da dificuldade de acesso por causa da tecnicidade com que o assunto bitcoin era tratado vai ficando de lado. Afinal, as carteiras de bitcoin (wallets) estão cada vez mais integradas aos onipresentes apps de bancos e cartões de débito e crédito via NFC.
• A avaliação crítica por parte dos governos sobre a aceitação ou proibição do bitcoin, assim como as alegações de este ser um meio para lavagem de dinheiro e financiamento de atividades ilícitas, também vai perdendo força e dá lugar a visões mais positivas, ampliando o reconhecimento da criptomoeda como um ativo financeiro viável e positivo para a população.

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